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sábado, 8 de maio de 2010

DIA DAS MÃES

É prática comum entre os maçons reunir-se para prestar homenagem às mães no dia dedicado a essas criaturas maravilhosas eleitas por Deus para exercer esse sublime magistério, ser mãe.
O Dia das Mães tem tudo a ver conosco, somos uma Instituição devotada ao conhecimento, à prática das virtudes e a defesa da família, representando para os maçons o núcleo mais importante da sociedade humana.
Quando falamos em família reconhecemos nessa figura a coluna central na qual se sustenta a estrutura familiar, que sendo saudável constitui uma sociedade sadia e um estado justo.
Somos figurativamente os filhos da viúva ai significando a mãe dos desvalidos e dos aflitos a quem devotamos o nosso mais profundo apreço.
Desde a mais remota antiguidade, embora em datas diferentes, essa efeméride é comemorada para referenciar o sagrado, dar graças pela abundância da colheita e exultar a vida, em outras palavras: celebrar o terreno e o divino como extensão um do outro na sua expressão mais elevada.
Nos tempos lendários os povos pagãos celebravam as datas em homenagem às deusas mãe, como força criadora, geratriz do universo. Daí a afirmação antiga de que “Tudo vem da deusa e tudo para ela retorna”.
Segundo os povos sumérios, Namu, a deusa das águas primordiais, era tida como a Mãe que deu origem ao céu e a terra, a mãe primordial que deu à luz aos deuses e deusas e ao universo, querendo isto significar que a criação teve origem e efetividade no divino feminino.
Na tradição dos povos primitivos, o termo deusa mãe refere-se ao mito universal da divindade feminina relacionada à Natureza e seu culto remonta ao início da história humana. Neste sentido, a deusa Gáia, a terra, representava a fertilidade do solo nos ciclos anuais, para generosamente alimentar e cuidar de seus filhos do nascimento ao fim da vida.
Na Grécia, tal como existia na suméria, a deusa mãe era Rea, a magna mater ou magna Dea, tendo na Roma antiga a sua equivalente chamada de Cibele, a qual era detentora dos mesmos atributos atribuídos às deusas mãe.
Segundo os estudiosos da história, o culto a essas deidades femininas tinham origem no matriarcado neolítico prendo-europeu, que, aos poucos, foram cedendo lugar ao patriarcado. Há de ser notado, no entanto, que apesar dessa inversão de poder, as raízes primitivas dessa natureza nunca desapareceram de todo, elas continuam a ser identificadas na memória de todos os povos.
É o que se constata nas escrituras sagradas, na parte reconhecida por judeus, mulçumanos e cristãos, que a exemplo das deusas pagãs, a figura da mulher mãe é reconhecida e dignificada como a matriz geradora, ela é aquela que se dispõe a trazer á vida uma nova criatura.
No livro da gênese, diz o escritor sagrado que, após criar a terra e ordenar toda a natureza, Deus disse em sua ultima tarefa: façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança e ao contemplar sua obra viu que tudo o que havia feito era bom. Mas na sua sabedoria infinita percebeu que não era bom o homem estar sozinho. Assim, tomou do corpo do homem parte de sua carne e de seus ossos e criou a mulher para que dele fosse a sua eterna parceira.
De acordo com Campbell, “Ao criar, Jeová cria o homem a partir da terra [da Deusa], do barro, e sopra vida no corpo já formado. Ele próprio não está ali, presente, nessa forma, mas a Deusa está ali dentro, assim como continua aqui fora.”, querendo isto significar que o corpo de cada um é feito do corpo dela.
Em acréscimo a esse entendimento, as Sagradas escrituras nas suas entrelinhas, afirmam que ao homem foi dada a posse das ervas e das sementes e o domínio sobre os animais viventes na superfície da terra, mas foi à mulher que Deus confiou o poder de conceber outro ser. A esse respeito, vale citar um antigo aforismo judaico que diz: “Deus não podendo estar em todos os lugares por isso fez as mães”.
A religiosidade baseada no mito da grande mãe universal perdurou até o século IV, a partir de então ficou submerso nas crenças locais remanescentes na tradição oculta.
Com o advento e consolidação do cristianismo, os atributos da grande mãe, foram transferidos para Maria Santíssima mãe de Jesus filho de Deus. Para os cristãos, notadamente para os que seguem a religião católica, Maria, representa o modelo ideal de amor, perdão e compaixão pela humanidade. É através de Jesus, filho de Maria, que se reestabeleceu a ligação entre o céu e a terra.
A partir das cruzadas, com grande ênfase na Idade Média, o culto a Maria teve a sua divulgação por meio da figura cristianizada das madonas negras, representando a face terna do amor maternal. São conhecidas ainda hoje, entre outras, a Virgem de Czestochowska, a Virgem Negra da Áustria, de Montserrat., de Aparecida e de Guadalupe, quase todas centros de romarias, para onde convergem os fiéis a procura da mãe protetora dos aflitos capaz de conhecer as esperanças e sofrimentos humanos e por eles interceder.
Como se percebe, o culto às mães traz em si um apelo muito forte não percebido por nenhuma outra efeméride, somente superado pelas datas consagradas a Jesus. Mas em que pesem todas essas referências, a celebração em honra às mães, como a conhecemos, surgiu na Inglaterra, no século XVII, no quarto domingo da quaresma, com o nome de “Mothering Day”. Na referida data os jovens ofereciam doces e presentes às suas mães.
Naquela ocasião, era também comemorado o “Domingo de Servir a mãe”, que consistia na autorização para que os empregados de castelo regressassem às suas aldeias para visitarem as suas mães.
A primeira sugestão de fato para a criação de um dia específico para reverenciar as mães foi feito na América, por questões humanitárias. Julia Ward Howe e algumas mulheres se uniram pela paz e contra a crueldade da guerra de Secessão americana, iniciativa que não obteve o sucesso esperado, vindo a se concretizar somente mais tarde, em 1904, firmado na intenção de Ana Jarvis de homenagear a sua genitora.
A campanha iniciada por Ana Jarvis foi um sucesso e, como resultado, em 1911 o dia das mães era celebrado em quase todos os estados americanos, levando o Presidente Woodrow Wilson a 9 de maio de 1914 a oficializar o 2º domingo de maio de cada ano como o Dia das Mães.
No Brasil essa principiou em 12 de maio de 1918, no Rio Grande do Sul, por iniciativa de Eula K. Long, na Associação de Moços de Porto Alegre. Assim como nos Estados Unidos, a ampliação da ideia para outros estados brasileiros levou o Presidente Getúlio Vargas a oficializar o 5 de maio de 1932, como Dia das Mães (Decreto Provisório 21.366), data posteriormente mudada para o 2° domingo de maio.
Passaram-se os tempos, mudaram-se os hábitos, cresceu o apelo comercial, porém o culto às mães continua forte e merecido, sendo a data comemorada em todas as nações civilizadas. A razão disto é que essa criatura que existe na imensidão de seu amor, tem em si um pouco de Deus e muito dos anjos, não importando que , sejam elas mães meninas precocemente envelhecidas, sejam mães pela maternidade ou mães, que não tendo constituído lar, optaram por serem mães na solidariedade humana, entregando-se altruisticamente à causa que escolheram.
Um autor anônimo afirma que nada mais contraditório do que ser mulher, que pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor. A mãe hospeda no ventre outras almas, dá a luz e depois fica cega, diante da beleza dos filhos que gerou. Ela dá as asas, ensina a voar, mas não quer vê-los partir, mesmo sabendo que eles não lhe pertencem.
Os chineses na sua sabedoria milenar proclamam que “cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para formar um lar”.
Mas o que é de fato ser mãe? Muitos tentam inutilmente definir essa condição.
Segundo Al-Asbahani, mãe é aquela que ama o pequeno até que cresça; ao enfermo, até que cure e ao ausente, até que volte, porque assim é a sua natureza.
Para Coelho Neto, no seu pensar poético, ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração, é andar chorando num sorriso, é ter um mundo e não ter nada é padecer num paraíso!
Como visto, por mais que se procure um ponto de definição, textualizando claramente o que é ser mãe, parece inútil a tentativa, pois mãe é uma qualidade única, ela não se exprime por meio de palavras, vive-se. Mãe é o ato de doar-se por inteiro e doação é a mais completa forma de amor.
“Somente uma coisa no mundo é melhor e mais bela do que a mulher: a mulher que é mãe.” (E. Schefer).
De fato, a mulher que assumiu a maternidade exibe no seu semblante a disposição de assumir os seus desafios sem receio do que há de vir, guardando para si um aspecto esquecido por todos, o amor, força sublime que a alimenta e sustenta no efetivo exercício da maternidade.
Os pensadores gregos definiam amor em três níveis de entendimento: pelo prazer, pela utilidade e pela virtude (Eros, philia e ágape), o amor maternal abrange todos esses estágios, pois enquanto a mãe embala o berço também forma o caráter.
Conta uma lenda narrada por um autor desconhecido que: “uma criança pronta para nascer perguntou a Deus: Dizem que estarei sendo enviado amanhã... Como vou viver lá sendo assim pequeno e indefeso? E Deus disse: - entre muitos anjos escolhi um especial para você. Ele estará lá para tomar conta de você.
E a criança insiste:
- Mas diga-me: - aqui no céu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei por acaso feliz lá?
Deus: - seu anjo cantará e sorrirá para você... a cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz.
Criança: - como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?
Deus: - com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar.
Criança: - e o que farei quando eu quiser Te falar?
Deus: - seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar.
Criança: - eu ouvi que na terra há homens maus. Quem me protegerá?
Deus: - seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.
Criança: - mas eu serei sempre triste porque eu não te verei mais.
Deus: seu anjo sempre lhe falará sobre mim, lhe ensinará a maneira de vir a mim, e eu estarei sempre dentro de ti.
Nesse instante havia muita paz no céu, mas as vozes da terra já podiam ser ouvidas e a criança apressada pediu suavemente:
- Oh meu Deus, se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me, por favor, o nome de meu anjo.
E Deus respondeu: - você chamará o seu anjo de mãe!
Parabéns, Mães, passadas, presentes e futuras;
Mães por geração, mães pelo coração e pelo espírito, generosas e abnegadas, que buscam como recompensa apenas a felicidade dos que ama. Mães, todas elas heroínas, que, indiferente de tudo o quanto possa ser dito, são para os seus filhos simplesmente mães.
Parabéns Mães, Mães bonitas!
Brasília, maio/2010

Ladislau Rodrigues de Azevedo – 33º GLMDF
Fonte: http://grainsplitdf.info/index.php?option=com_content&task=view&id=68&Itemid=143