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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Casa do Caminho - Almoço Beneficente - II Boi no rolete

Participe do almoço beneficente em prol da CASA DO CAMINHO.

http://www.seamcasadocaminho.com.br/quem-somos.htm

O que é a casa do caminho ?
É uma casa que abriga crianças sem famílias, visando ao seu desenvolvimento integral. As crianças moram em casas-lares, onde tem a mãe social, irmãos e a vizinhança, e estudam em escolas da comunidade local.
A casa do caminho tem como objetivo desenvolver a criança à família: não só abriga, alimenta, veste e instrui, como também, e sobretudo: cura os males resultantes da orfandade ou do abandono, reintegrando-a na sociedade.

Ps. Vc pode participar divulgando esta msg aos amigos e familiares.

Adquira seu convite com José Araguaçu: zearagua@bol.com.br 61-84970063.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uma lição de vida

Em 2009, o vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, deu início a mais uma batalha contra o câncer. É o 11º tratamento ao qual ele se submete na tentativa de controlar o sarcoma, um câncer agressivo e recidivo, diagnosticado pela primeira vez em 2006. Visivelmente abatido, quase 10 quilos mais magro, Alencar recebeu a repórter Adriana Dias Lopes na sala 215 do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, enquanto passava pela primeira sessão de químio. O encontro durou cerca de uma hora. Nos primeiros dez minutos, o vice-presidente comeu dois hambúrgueres e tomou um copo de leite.. Alencar chorou duas vezes. Ao falar de seus pais e da humildade, a virtude que, segundo ele, a doença lhe ensinou.

Como o senhor está se sentindo?
Está tudo ótimo: pressão, temperatura, coração e memória. Tenho apetite, inclusive – só não como torresmo porque não me servem. O meu problema é o tumor. Tenho consciência de que o quadro é, no mínimo, dificílimo – para não dizer impossível, sob o ponto de vista médico. Mas, como para Deus nada é impossível, estou entregue em Suas mãos.

Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é incurável?
Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos e logo me contaram. E não poderia ser diferente, pois sempre pedi para estar plenamente informado. A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar. Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público – ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.

O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra, que estava empatado. E, agora, qual é o placar?
Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.

Como a doença alterou a sua rotina?
Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a mudar nos últimos meses. Ando cansado. O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso. Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever. Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza, e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia. Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem drama nenhum.

O senhor não passa por momentos de angústia?
Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.

O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia. A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida. Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí e não teria entrado na política.

É penoso para o senhor praticar a humildade?
Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim. Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem. Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.

Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a seguinte oração: "Livrai-nos da morte repentina".

O que significa isso?
Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a oportunidade de refletir.

O senhor tem medo da morte?
Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos. A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor. Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu paciente. Isso cabe a Deus, exclusivamente.

O senhor se deu conta da comoção nacional que tem provocado?
Não há fortuna no mundo capaz de retribuir o carinho dos brasileiros. Sou um privilegiado. Você não imagina a quantidade de manifestações afetuosas que tenho recebido. Um dia desses me disseram que, ao morrer, iria encontrar meu pai, falecido há mais de cinquenta anos. Aquilo me emocionou profundamente. Se for para me encontrar com mamãe e papai, quero morrer agora. A esperança de encontrar pessoas queridas é um alento muito grande – e uma grande razão para não ter medo do momento da morte.

O senhor se tornou mais devoto com a doença?
Sou de família católica, mas nunca fui de ir à missa. Nem agora faço isso. Quando a coisa aperta, rezo o pai-nosso. Ultimamente, tenho rezado umas duas, três vezes ao dia.

Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
Abraçaria a Mariza e diria: "Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".

Fonte: http://www.carlahelmer.com.br/refl049.htm

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Processo Iniciático Maçônico

Os maçons não discutem Religião em Loja. No entanto, na Maçonaria Regular, apenas são admitidos maçons homens livres e de bons costumes, sendo um desses, obrigatoriamente, a crença num Criador.
Para a Maçonaria e para os maçons, é absolutamente indiferente que nome cada um dá à Divindade em que crê: Deus, Jeovah, Alá (aliás, consabidamente, três nomes para a mesma Entidade), Brahma ou Tao. O que importa é a real existência da crença, porquanto só a partir dela e com ela se pode percorrer o caminho esotérico que leva ao aperfeiçoamento espiritual individual, segundo o método maçônico de confrontação, percepção e estudo dos símbolos e utilização da sua compreensão como bases ou patamares sucessivos para a compreensão de realidades e conceitos sucessivamente mais complexos, na busca da Luz, ou seja, a compreensão do Divino e, assim, do significado da Vida e da Morte física, do nosso papel no Mundo e na Criação, da nossa relação com o Criador.
O processo iniciático maçônico aglutina, assim, a Crença e a Razão, o Conhecimento Empírico e a Experimentação, a Observação e a Especulação, e é um processo sempre individualmente realizado, pelos caminhos e pela forma de cada um, segundo as suas capacidades, necessidades e disponibilidades, mas também sempre com o auxílio, a força, a cumplicidade, a disponibilidade do grupo em que se insere a Loja.
Trata-se, assim, de um processo simultaneamente baseado na Crença e na Razão, no individual e no coletivo, que conduz ao aperfeiçoamento espiritual e, por via dele, ao aperfeiçoamento moral e social.
Pela sua natureza e pela complexidade dos conceitos a intuir, muitas vezes mais do que compreender, é um processo demorado e, sobretudo, em que não é realmente possível queimar etapas. Cada passo é essencial para pisar terreno que permita o passo seguinte. Pretender saltar ou efetuar acrobacias, ainda que vistosas, só tem como resultado a queda no abismo do Erro, conducente ao vale da Ignorância.
Em Maçonaria nada se diz, nada se ensina, tudo se sugere, tudo se simboliza, assim tudo se aprende, cada um segundo a sua real necessidade e através das suas capacidades. E assim cada um segue o seu caminho, este intuindo isto, aquele algo de diverso, como peregrinos que vão fazendo cada um o seu caminho, embora todos desejando chegar ao mesmo santuário. O grupo, a Loja, fornece a cada um a escolha dos meios de transporte, aponta a direção, ajuda a organizar a jornada, mas é exclusivamente a cada um que cabe escolher o seu caminho - se é que porventura não será o Caminho que se abre a cada um...
Cada um estará no seu estágio de aperfeiçoamento e seguirá no seu ritmo. Simbolicamente cada um se situa em graus de evolução diferentes, uns ainda Aprendizes, outros Companheiros, outros já Mestres. Os Aprendizes ainda dependem, quase totalmente, do apoio e suporte da Loja, pois ainda estão a procurar reconhecer o mapa, a procurar descobrir a direção, a aprender a ler os sinais indicadores e a reconhecer os enganos. Os Companheiros já sabem para onde querem ir, que direção seguir, mas dependem do auxílio dos mais experientes para decidir quais os percursos que mais lhes convêm e como os percorrer. Os Mestres, esses, já conseguem saber, por si, como e quando e por onde devem prosseguir sua caminhada, já conseguirão corrigir erros na determinação da via e têm capacidade para retomar sua orientação. Mas sempre verão com satisfação o auxílio de seus Irmãos na busca que realizam ao mesmo tempo em que cumprem seu dever de auxiliar e orientar todos os seus Irmãos, qualquer que seja o seu Grau ou Qualidade.
Não nos enganemos, porém: o grau "administrativo" que cada Loja atribui a cada um de seus Obreiros é apenas simbólico, ilustrativo. Por se ser Mestre de uma Loja, não se quer dizer que se seja realmente Mestre no Caminho Iniciático Maçônico. E sinto que alguns Aprendizes ou Companheiros de Loja percorrem bem mais seguramente seu caminho do que alguns Mestres como tal definidos na Loja.
Grande erro seria confundir o Grau que ao maçom é "administrativamente" atribuído em Loja (afinal dependendo do decurso do tempo, temperado com alguma assiduidade e a execução de alguns trabalhos não demasiadamente exigentes...) com o grau de evolução que realmente esse maçom apresenta: afinal seria cometer o erro mais básico que o mais jovem Aprendiz pode cometer (e que, naturalmente, é normal e expectável que cometa), o de confundir o Símbolo com a Realidade que esse símbolo simultaneamente oculta e revela!
Resumindo: ser maçom não é só reunir em Loja, usar avental e luvas brancas, ter preocupações sociais e tratar os demais como e por Irmãos; é, claro, também tudo isso, mas é muito mais do que isso, é percorrer o tal caminho, buscar, pelo seu modo e a seu jeito, a sua Luz, assim, a pouco e pouco, se reconciliando com a Vida e, sobretudo, com a inevitabilidade da Morte física. Não será exatamente, como escreveu Camões, se ir "das leis da Morte libertando", mas talvez esse percurso permita, em paz conosco e com tudo o que nos rodeia, libertarmo-nos do medo da dita.
A cada um que foi iniciado maçom foi reconhecido por uma Loja maçônica a capacidade, a virtualidade, a potencialidade, para seguir esta via iniciática, através do método maçônico.
Se o fará ou não, é com cada um. Se o quiser fazer, quando o fará, ainda é com cada qual. Uma Loja maçônica é, antes do mais, um espaço de liberdade ("um Maçom livre, numa Loja livre" é um inalienável princípio básico na Maçonaria) e apenas disponibiliza o seu auxílio, nada impõe, a ninguém critica.
Fonte: http://www.rlmad.net/arquivoblog/59-a-maconaria/207-proces-iniciat.html