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sábado, 17 de junho de 2017

SÃO FÉLIX DA BOCA DO RIO: UMA HISTÓRIA DE MIGRANTES

Trabalho apresentado pelo Ir.’. Augusto Cézar Silva Costa, M.’. M.’. Cad. GLEPA 10728, por ocasião das comemorações do Jubileu de Prata alusivo aos 25 anos de Fundação da Loja Maçônica Estrela do Xingu nº. 69, ocorridas no dia 09 de junho de 2017, em São Félix do Xingu – PA.

Meu Venerável Mestre, estimado irmão Antônio Roberto; Iminente Grão-Mestre Adjunto Irmão Edílson Araújo; demais autoridades Maçônicas e Maçons presentes; cunhadas e sobrinhos DeMolay’s; estimados amigos que hoje visitam a nossa Estrela do Xingu! Coube a mim, Mestre Edílson Araújo, a nobre e prazerosa missão de contar brevemente e em poucos minutos a bela história do nosso São Félix da Boca do Rio, e como sempre bem diz nosso Orador Lázaro Basílio: “desta terra encravada na rama da PA279”. E não poderíamos começar de outro lugar, Prefeita Minervina, senão falando do nosso misterioso e ainda vivo e presente encontro das águas dos Rios Xingu e Fresco... de um lado o nosso Xingu de águas quentes e profundas, e com suas exuberantes paisagens naturais e lindas cachoeiras... do outro lado o nosso sofrido, e por esse mesmo motivo, forte e combativo Rio Fresco, das diversas espécies de peixes de água doce e de seu enorme potencial mineral... esse encontro, Senhores, trata-se de uma paisagem que felizmente ainda faz parte do nosso dia a dia, mas que está sob ameaça, pela ação insana, degradante e capitalista do homem branco, que insiste em explorar desordenadamente suas riquezas. Este mesmo cenário, meus amigos, traz a história de um povo de migrantes, que de luta em luta, ora fugindo ora resistindo, construiu sua história baseada em muito esforço, determinação e força de vontade. E o resultado desta brava história é o nosso hoje São Félix do Xingu. Xingu, Mestre Pascoal, nome indígena, que em sua etimologia retirada do Dicionário Tupi Guarani, nos revela uma grata surpresa: Xingu, meus amigos, significa a “Casa de Deus”. E é exatamente nesta “Casa de Deus” onde a grande maioria de nós aqui presentes, escolhemos para construir nossas famílias, constituir nossas empresas e empreendimentos e gerar e criar nossos queridos e amados filhos. São Félix do Xingu! Há poucas décadas ainda era uma pequena vila perdida nas selvas, lá onde o Rio Fresco encontra as águas verdes do majestoso Xingu, desconhecida do mundo e esquecida pelo Brasil, quando melancolicamente findou a tão badalada época áurea da exploração da borracha. São Félix do Xingu viveu nos últimos anos uma transformação jamais imaginada, e de braços e de coração abertos, recebe a todos nós forasteiros de outras terras. Com uma área de 84.212 km2 e aproximadamente 120 mil habitantes, distribuídos em 28 Vilas e 5 Distritos, ao longo de uma malha de cerca de 8.000 km de estradas vicinais, São Félix do Xingu é o segundo município mais distante da Capital, tendo que se percorrer por longos 1.147 km até Belém do Pará. Enveredando pelos fatos históricos, Senhores, e partindo do período colonial, antes da chegada do homem branco e até mesmo antes dos povos Kaiapós, viviam nesta região outras nações indígenas, como os Jurunas, os Araras, os Penas e os Xipaias. As primeiras penetrações de brancos na região do Xingu foram feitas pelos padres jesuítas, que estabeleceram várias aldeias ao longo das margens direita e esquerda do Rio Xingu, durante os séculos XVII e XVIII. Fora somente no final do século XIX que chegaram no Alto Xingu os primeiros exploradores de borracha, partindo de Altamira e vindo de barcos tocados a batelões, em viagens que demoravam aproximadamente 3 meses, pelo menos. Uma das primeiras expedições fora registrada em 1892, quando em um dia chuvoso de 1º de Novembro, um grupo de 22 nordestinos, Mestre Lineu, chefiados por Manoel Ferreira dos Anjos, chegaram até a praia de “Todos os Santos”, no Rio Fresco. A mola, meus amigos, que impulsionou a habitação na região foi a borracha, pelo grande poderio de extração às margens dos Rios Xingu e Fresco, pois o produto era de grande procura, em função do alto preço do mercado externo. No começo do século XIX, chegou na região do Xingu, na jusante do Rio Fresco, o Coronel da Guarda Nacional Tancredo Martins Jorge que, em pouco tempo, se tornou o patrão do comércio da borracha no alto Xingu, chegando a controlar sob o seu rígido comando aproximadamente 2.000 trabalhadores, que, durante o período do inverno, chegavam a carregar cerca de 40 embarcações mês, com capacidade de 10 a 15 toneladas, cada uma, de borracha. Em 1914 os seringalistas se estabeleceram na margem esquerda do Rio Xingu, na confluência com o Rio Fresco, e a localidade passou a ser conhecida pelo nome de São Félix da Boca do Rio, em uma referência ao Rio Fresco sendo embocado pelo Rio Xingu. Com a forte queda do preço da borracha ocorrida por volta de 1915 e anos seguintes, deu-se espaço a outras atividades, como a exploração de castanhado-brasil, tendo o seu comércio monopolizado pelo também capitão da guarda nacional, Basílio Alves de Lima, isso entre os anos de 1928 a 1940. Com o estouro da Segunda Guerra Mundial em 1939 e com o fechamento do comércio da borracha com os países da Ásia, novo ciclo da borracha se forma no Alto Xingu, sendo agora financiado por capital norte-americano e criando-se no Brasil o “Banco da Borracha”, hoje “Banco da Amazônia”; época em que o Governo brasileiro cria a campanha dos “SOLDADOS DA BORRACHA”, chegando no Xingu, gente de toda parte, sobretudo do nordeste e do sudeste, aumentando grandemente a população de nossa região. Com o fim da Segunda Grande Guerra e o novo declínio do comércio da borracha, surge o comércio de peles de animais, como onças, gatos, ariranhas e jacarés. Foi um tempo de excelentes negócios e que rendeu muito dinheiro, mas que restou-nos uma dívida enorme em função da devastação da fauna. Felizmente o comércio foi abolido legalmente em 1970, mas de forma clandestina perdura até os dias atuais. No começo dos anos 70 foram feitas várias pesquisas minerais na região do Xingu. Constatou-se aqui a presença de uma grande variedade de minérios como ouro, prata, chumbo, estanho, zinco, diamantes, ferro, manganês, cobre, níquel, wolframita e cassiterita. Nova corrida ao Xingu se forma: agora de garimpeiros a explorar principalmente o ouro e a cassiterita. Começa ai a poluição das nossas águas, sendo emblemático o caso do rio Fresco, antes caracterizado pelas águas cristalinas, hoje contaminado por grande quantidade de mercúrio e outros materiais pesados. Outro elemento que atraiu os investidores e nova investida foi a presença de uma grande quantidade de madeira de lei em todo o município, especialmente o mogno, chegando em terras xinguenses madeireiros de todas as partes do Brasil. Em meio a tantos e importantes acontecimentos não poderíamos deixar de destacar a inauguração da Igreja Matriz de São Félix do Xingu em 1938, que enaltece e embeleza a parte histórica de nossa cidade; a criação do município de São Félix do Xingu também é um importante marco, em 1961, através da Lei 2460 e com o desmembramento das terras do município de Altamira; nosso primeiro Prefeito nomeado foi Antônio Marques Ribeiro, conduzido ao cargo pelo então governador Aurélio do Carmo, que assinou a Lei, era também esposo da professora Deusina Ribeiro Coelho, que dá nome a uma das nossas principais escolas municipais; as primeiras eleições em 1962, que elegeram Francisco Sales Bessa e seu vice-prefeito Orzeu Jonas Guido também merece ser lembrada; outro marco de destaque é a inauguração da rodovia estadual PA-279, que liga Xinguara a São Félix do Xingu e que permitiu a ligação destas terras com o restante do território nacional, trazendo consigo um grande fluxo de pessoas para a região, permitindo assim à indústria madeireira e à agropecuária se firmar como o grande motor econômico do município. Nesse particular vale destacar, Mestre Pedro, recente pesquisa realizada pelo IBGE, divulgada em janeiro último, na qual coloca o município de São Félix do Xingu, Mauro Martins, como o maior produtor de bovinos do Brasil, com o impressionante número de 2.222.949 animais. Em 2011, Mestre Edilson... Mestre Pascoal, São Félix do Xingu participou ativamente da consulta plebiscitária que definiu sobre a divisão do Estado do Pará, obtendo votação expressiva acima de 90% de aprovação pela criação do estado do Carajás. Mesmo com a derrota na votação, o município continua, juntamente com a região, a pleitear a separação para criação do estado do Carajás. Nesse contexto histórico, em meio às oportunidades apresentadas ao homem médio ao longo dos anos e às mudanças sociais ocorridas através do desenvolvimento das pessoas e das atividades econômicas de cada época, surge, há 25 anos atrás, em 06 de junho de 1992, um grupo de homens, livres das amarras políticas e sociais da época, praticantes das boas condutas sociais, esperançosos por uma sociedade mais justa e igualitária, imbuídos do espírito de solidariedade e fraternidade, e capitaneados pelo nosso Pedro Rodrigues Vieira, instalaram a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Estrela do Xingu nº 69. Foram momentos difíceis e ao mesmo tempo prazerosos, e hoje, nesta Cerimônia, lembrados por todos nós com muita alegria. Obrigado à Ordem Maçônica e à instituição Estrela do Xingu, por receber a todos nós maçons em seu ventre e nos chamar de filhos, ao passo em que a parabenizamos pelos seus 25 anos de belas histórias contadas. Roguemos ao G.’.A’.D.’.U.’., Mestre Reis, que permita vir o aniversário de 30... de 40... de 50 anos... e que em seu curso daqui até lá, passamos receber em nossas fileiras outros Pedrinho’s, outros Nilton’s, outros Araguaçu’s ou outros Silvino’s, e o mais importante, com as mesmas referências e as mesmas qualidades que os atuais 29 membros da Estrela do Xingu nº 69, as possuem. Viva São Félix do Xingu! Viva São Félix da Boca do Rio! Viva a Estrela do Xingu nº 69! E que venham os próximos 25 anos!

São Félix do Xingu – PA, 09 de junho de 2017.
Augusto Cézar Silva Costa M.’.M.’. Cad. GLEPA 10728 Loja Maçônica Estrela do Xingu nº 69

FONTES DE PESQUISA: Entrevistas direcionadas com munícipes, maçons, políticos e professores de São Félix do Xingu, 2017. https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/pa/sao-felix-do-xingu/panorama. 07 de junho de 2017, 15:07h. https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_F%C3%A9lix_do_Xingu. 07 de junho de 2017, 14:35h. Nunes, Wilson. Memórias do Xingu / Wilson Nunes. Belém: Gráfica Universitária UFPa., 2006. Nunes, Wilson da Silva, 1929. Conversando com o Xingu / Wilson da Silva Nunes. Belém: Unigraf, 1998. Passos, José Davi. São Félix do Xingu: Uma história de vai e vem. 1938 – 1988: 50 anos. Paróquia São Félix do Xingu, 1988. Santana, Luiz Ferreira. São Félix do Xingu e sua História. 1889 – 1997. São Félix do Xingu, 1997.

JUBILEU DE PRATA DA LOJA MAÇÔNICA ESTRELA DO XINGU 69



O Grande Arquiteto do Universo permitiu que eu participasse ativamente no dia 21 de abril de 2010 dos 30 anos da Loja Maçônica Juscelino Kubitschek nº 15, jurisdicionada à Grande Loja do Distrito Federal. O feito foi comemorado com o lançamento de um selo comemorativo. Depois de sete anos a história se




repete. No dia 9 de junho de 2017 os Obreiros da Estrela do Xingu nº 69, jurisdicionada à Grande Loja do Pará, se reúnem para comemorar o 25º aniversário de fundação. Em noite de júbilo os maçons do Sul do
Pará abriram suas portas para receber a comunidade de São F
élix do Xingu, Tucumã e Ourilândia do Norte – todas, prósperas cidades interligadas pela PA 279, importante Rodovia do Estado do Pará. A ABFM – Associação Brasileira de Filatelia Maçônica em conjunto com os Correios lançaram dois selos comemorativos alusivos à data, e, assim entram para a história.O evento único no Estado Pará em uma só tacada colocou a Maçonaria Paraense

  e a Cidade de São Félix do Xingu no mapa filatélico nacional e internacional. O evento reuniu autoridades civis e maçônicas, além de proporcionar um belíssimo reencontro com os obreiros da Loja coirmã Obreiros da Paz nº 3943, federada ao Grande Oriente do Brasil; obreiros da Loja mãe Estrela de Tucumã nº 55; obreiros da nossa irmã gêmea Loja Força e União Ourilandense nº 68, fundada no mesmo dia 06.06.1992; além da prestimosa atuação dos jovens DeMolays do Capítulo Silvino Palma nº 910. Nossa festa tomou contornos bem especiais ao receber a MEDALHA DE APREÇO. Simplesmente maravilhoso. Meus agradecimentos aos irmãos xinguenses que muito me ajudaram a tornar possível essa justa homenagem. Meus agradecimentos às Damas da Fraternidade, em especial minha esposa Cristina Furtado dos Santos.Vida longa à maçonaria xinguense! Vida longa à maçonaria paraense! Vida longa à maçonaria brasileira! Vida longa aos maçons espalhados pela face da terra!
São Félix do Xingu – PA, 17 de junho de 2017.
JOSÉ ARAGUAÇU SARAIVA DOS SANTOS – Cad. 10.726

Mestre Maçom da Loja Maçônica Estrela do Xingu nº 69

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MAÇONARIA NAS RUAS

Por Johil Camdeab.Abreu

Para começar esclareço que NÃO SOU FILIADO A PARTIDO ALGUM NEM SOU CANDIDATO A NADA e como MAÇOM já venho há alguns anos   combatendo o PACOÊPA – PACTO CORRUPTÔNICO QUE ENVERGONHA O PAÍS, publicando MEMES diariamente em minha página no facebook https://www.facebook.com/johilcamdeab.abreu, no site do nosso irmão paulista Jorge Serrão http://www.alertatotal.net/ e semanalmente no meu site http://www.porissopecoseuvoto.com.br/  ilustrando matérias de renomados jornalistas mostrando o lado irônico das excelências deste país (políticos) com atitudes e declarações que somente eles julgam plausíveis e convincentes.

Ao longo da história, a Maçonaria tem participado e contribuído secreta e ativamente, para as grandes transformações, sob todos os aspectos, em todo o mundo, razão porque sempre foi perseguida e teve seus objetivos e propósitos deturpados pelos poderes dominantes, sejam governamentais, privados ou religiosos.

Atuando mais abertamente de forma especulativa, a Maçonaria hoje não tem “medos ou receios” de se expor no combate aos grandes males que afligem a humanidade e seus obreiros tem, com as bênçãos do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, realizado importantes trabalhos, cada um em sua área específica, em prol do crescimento moral, social e intelectual do ser humano, “erguendo monumentos à virtude e cavando masmorras aos vícios”.

Diante do exposto acho que é HORA DE IRMOS ÀS RUAS NO DIA 15 DE MARÇO a partir das 9.30 em todas as cidades do Brasil, não para pedir impeachment que se tiver que acontecer será uma consequência natural, mas sim para mostrar nossa indignação com a corrupção endêmica que assola a nossa nação declarando APOIO AO JUIZ SERGIO MORO em sua difícil cruzada, para que dê continuidade à operação LAVA JATO que os poderosos querem abafar a qualquer custo, estendendo-a a outras empresas públicas, que sabemos tão contaminadas quanto a Petrobras.

Faço a minha parte utilizando a charge por ser a mais temida e mais complexa pela sua agressividade e capacidade de registrar o cotidiano político da sociedade, reproduzindo situações e personagens reais através de imagens distorcidas pelo autor, que involuntariamente é visto como figura de oposição, posto que num único quadro, muitas vezes sem texto, é capaz de colocar desordem no plano da ordem.
Não sei se o que faço é retrógrado, atual ou de vanguarda, mas o trabalho que realizo é baseado no reconhecimento da imagem, como o veículo mais eficiente, portador de informações e mensagens a serem levadas ao público, ao ponto de já está sendo postulada como ciência social.

Grato pela atenção e contem comigo!


JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69 - Cad 10.726 GLEPA


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Um pouco de História da Maçonaria no Brasil

No ano de 1815 estudantes brasileiros retornados da Universidade de Coimbra (Portugal), onde haviam sido iniciados maçons, engajavam-se decididamente na luta política pela independência das províncias ultramarinas de Portugal na América do Sul, que constituíam àquela altura o Reino do Brasil, com Capital na cidade do Rio de Janeiro. Desde 1808 achava-se abrigada nessa cidade a família real de Portugal, fugida da Europa face à invasão de Napoleão Bonaparte.
Algumas Lojas Maçônicas haviam sido criadas em território brasileiro pelo menos desde 1797, mas para nós interessa o registro da fundação, em novembro de 1815, da Loja “Comércio e Artes”, fundada por maçons decididamente engajados no propósito de promover a independência política das províncias brasileiras. Tendo em vista o Alvará Régio de 30 de março de 1818, que proibia o funcionamento no Brasil de sociedades secretas, esta Loja foi fechada e todos os seus livros queimados, conforme ficou registrado na “ata da sessão de reinstalação”. Esta reinstalação ou reerguimento de colunas foi realizada em 24 de junho de 1821, constando da ata que a Loja passaria a adotar o título distintivo de “Comércio e Artes na Idade do Ouro”.
Esta Loja “Comércio e Artes na Idade do Ouro” é a origem do Grande Oriente do Brasil, pois em sessão de 17 de junho de 1822 resolveu criar mais duas Lojas — a “Esperança de Niterói” e a “União e Tranquilidade”, pelo desdobramento de seu quadro (por sorteio) e a partir dessas três Lojas Metropolitanas formar o Grande Oriente. Dentre os componentes da Loja destacam-se as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo e o padre-mestre Januário da Cunha Barbosa, dois ativistas do processo de independência política do Brasil.
José Bonifácio de Andrada e Silva, “O Patriarca da Independência”, foi aclamado primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Grande Vigilante e Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador.
O objetivo primordial da criação do Grande Oriente foi engajar a Maçonaria, como Instituição, na luta pela independência política do Brasil e tal determinação consta de forma explícita nas atas das primeiras reuniões da Obediência então criada, que só admitia a iniciação ou filiação em suas Lojas de pessoas que se comprometessem com o ideal de independência do Brasil.
Em junho de 1822 a família real portuguesa já havia voltado a Lisboa (Portugal) por exigência das Cortes (Parlamento português) deixando aqui como Príncipe Regente Dom Pedro de Alcântara, filho de Dom João VI, rei de Portugal.
O príncipe Dom Pedro, jovem e voluntarioso, viu-se envolvido de todos os lados por maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época. Por proposta do Grão-Mestre José Bonifácio foi o príncipe iniciado em assembleia geral do Grande Oriente no dia 2 de agosto de 1822, adotando o “nome heroico” de “Guatimozim” (nome do último imperador azteca morto por Cortez, no México, em 1522). Dom Pedro ficou fazendo parte do quadro da Loja “Comércio e Artes” e na sessão seguinte do Grande Oriente, realizada em 5 de agosto, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo que ocupava a presidência, foi o príncipe proposto e aprovado para o grau de Mestre Maçom.
Numa jogada política, Gonçalves Ledo fez com que Dom Pedro fosse “eleito” Grão-Mestre do Grande Oriente o lugar de José Bonifácio, sendo empossado em 4 de outubro de 1822.
Embora quase todas as pessoas influentes junto a Dom Pedro fossem maçons e membros do Grande Oriente, única Obediência Maçônica então existente, a rivalidade política entre eles era bastante grande e a disputa pelo poder provocou sérias lutas. A independência do Brasil foi proclamada por Dom Pedro a 7 de setembro de 1822, assumido ele a condição de imperador, com o título de Dom Pedro I. Um mês e meio depois, exatamente no dia 21 de outubro, determinava ele - “primo como Imperador, secundo como G. M.” — o fechamento “temporário” do Grande Oriente, que acabou se mantendo em vigor durante todo seu reinado - que terminou com a abdicação ao trono em 7 de abril de 1831 e sua ida a Portugal para retomar o trono português em poder de seu irmão dom Miguel, o que ele conseguiu, sendo coroado Dom Pedro IV de Portugal.
Já em 1830 os maçons do Rio de Janeiro procuravam reencetar os trabalhos que estavam praticamente parados, tendo fundado um novo Grande Oriente, que viria a ser instalado em 24 de junho de 1831, com o nome de Grande Oriente Brasileiro, e que viria a ficar conhecido sob o nome de Grande Oriente do Passeio (nome da rua onde tinha sede). Em outubro de 1831 um grupo de maçons remanescentes do primitivo Grande Oriente reinstalou os quadros das três Lojas Metropolitanas primitivas e escolheu o primeiro Grão-Mestre, José Bonifácio, para assumir o comando, sendo o Grande Oriente reinstalado em 23 de novembro de 1831. Em consequência, durante 30 anos funcionaram no Rio de Janeiro dois Grandes Orientes, até que em 1861 o Grande Oriente do Passeio deixou de existir, sendo suas Lojas absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.

O Grande Oriente do Brasil sofreu diversas cisões durante sua vida, a maioria delas consequência de disputas nas eleições para o Grão-Mestrado Geral. Todas as dissidências havidas até 1927 acabaram sendo reabsorvidas ao longo do tempo, com a reincorporação das Lojas e Obreiros à Obediência do Grande Oriente do Brasil.

Fonte: http://maconariaapodi.blogspot.com.br/2007/06/um-pouco-de-histria-da-maonaria-no.html
JOSÉ ARAGUAÇU - MM da ARLS ESTRELA DO XINGU 69 - Jurisdicionada à Grande Loja do Estado do Pará.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

COMO RECONHECER UM MAÇOM?

Ser reconhecido Maçom podemos até por um simples PIM na lapela. Por isso nossa preocupação deve ser: Que qualidade de Maçom sou reconhecido? Um Maçom de ouro ou um Maçom apenas dourado (ou nem isso…)?
Maçons existem que se acomodam, julgando que, atingindo o grau de Mestre estão na plenitude maçônica. Na verdade, considerando a Maçonaria Simbólica é o último grau. Porém, não se pode dizer com isso que sejam ‘justos e perfeitos’, vez que o desbaste da pedra bruta somente termina com a nossa ida para o Oriente Eterno. Assim sendo, triste do Maçom que aposenta seu Maço e seu Cinzel. Porque a construção de nosso Templo interior só termina com o final de nossa vida material. E não é suficiente somente esquadrejarmos a Pedra Bruta. Necessário se faz também deixá-la bem polida.
Diz o LL que fomos criados à imagem do G:.A:.D:.U:. (Gên. 1,26); porém a semelhança precisa ser conquistada. O desbaste da nossa pedra bruta, poderá resultar numa ‘obra de arte’ ou num ‘monstrengo’. Se o monstrengo for o resultado final, o Criador nos irá arguir: “É isto que me apresenta no final de sua caminhada?”.
Nossa responsabilidade vai além do próprio desbaste. Precisamos ajudar os Irmãos na caminhada, não só com nosso bom exemplo, como alertando os acomodados para um melhor desempenho maçônico.
Não basta ser reconhecido Maçom. É preciso também ser reconhecido como MISSIONÁRIO, como autêntico CONSTRUTOR SOCIAL.
As duas horas templárias são importantíssimas para recarregarmos nossas baterias. Assim, não devemos faltar às reuniões da nossa Loja. Até como desculpa, alguns dizem que já fazem maçonaria, fora do templo. Ótimo. Isso é um dever de todo bom maçom. Mas não o isenta do comparecimento às Reuniões.
Alguns dizem que não vão à Loja, porque as reuniões são da mesmice. Ora, se a Loja entrou numa mesmice a culpa é de todos e de cada um. Use-se então a Bolsa de Propostas e Informações, não para criticar mas para sugerir melhoras. O bom Maçom participa de tudo de sua Loja, de suas decisões, de seus projetos. O bom Maçom não se distancia de seus Irmãos; a prática da fraternidade se faz com o bom convívio (Salmo 133).
Quando falo aos Aprendizes costumo perguntar ‘quem é o responsável pela Loja’ e a maioria deles dizem ser o Venerável Mestre. Apontando para ele(s) afirmo: O responsável é você. Somos todos nós.
Talvez muitos Mestres não digam que a responsabilidade da Loja seja do Venerável, mas pensam e agem como se assim o fossem. Por isso não acham grave faltar às Reuniões, motivo porque algumas Lojas têm até abatido colunas.
Seria bom que cada um contemplasse o ‘OLHO QUE TUDO VÊ’, a onisciência divina, e refletisse: “Como me vê o G:.A:.D:.U:.? Um maçom responsável, presente, participativo, fraterno, preocupado com o bom desempenho da Maçonaria?”
O progresso na maçonaria também se consegue pelo estudo, pela pesquisa, pela apresentação de Peças de Arquitetura. Quem assim faz aprende sempre mais e enriquecem também os outros com seus conhecimentos partilhados. (“A luz que tu levas para alguém, vai iluminar-te também”). Não faz sentido Mestre que não ensina.


JOSÉ ARAGUAÇU – Mestre Maçom da ARLS Estrela do Xingu 69 – Grande Loja Maçônica do Estado do Pará.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OS DIFERENTES TIPOS DE MAÇONS

O que lamentamos profundamente é que o “mundo exterior” não reflita a Maçonaria. A Humanidade seria mais justa e feliz.
Como se constata não há diferenças entre os tipos de profanos e os possíveis tipos de Maçons. E porque deveria haver?
Como em todas as Organizações, podemos afirmar que também na Maçonaria não somos todos iguais.
Existem, informalmente, diversos tipos de maçons que se caracterizam pelos seus comportamentos. De conformidade com as suas maneiras de se comportarem em relação à Instituição, o vamos evidenciar.
A massa é a mesma, portanto a Maçonaria só pode refletir o mundo exterior, desejavelmente para muito melhor.
A imagem propagada no país e no mundo, é que o maçom é uma pessoa grave de gestos solenes, conversa transcendental e meio maligno. Velhinhos de terno e gravata, sérios - incapazes de fazer alguma coisa.
Um tópico pouco frequente de se encontrar na Literatura Maçônica o constitui, que o acompanha não só nos alegres Ágapes da Ordem, mas também nas cerimônias solenes que inesperadamente se veem assaltadas por uma anotação jocosa.
Alguns maçons praticam todas as formas de arte, desde o inocente comentário festivo, até o vicioso e cruel humor negro, passando pelo fino e duplo sentido e humor irreverente, para não mencionar o temido sarcasmo. Tudo é comemorado com boa disposição de ânimo e dentro de um arraigado espírito de tolerância e fraternidade.
O paradoxo do caso, é que os Maçons, com todo o formal pelo que se lhes toma, e imersos em uma associação que conta com uma grande quantidade de solenidades, são capazes de fazer o seu trabalho a sério, enquanto vê o lado mais frívolo, permanentemente brincando sobre si, ou sobre o que estão fazendo.
Parece que fosse uma questão simples. No entanto, não é. Na Maçonaria não segue tendências, e isso acontece algo de semelhante no que diz respeito às anedotas provenientes de distantes contextos culturais.
O que divide os Maçons tem muito mais a ver com os graves problemas do dia a dia.
Qualquer dúvida de que os maçons estão muito criativos. As definições são reais, cujos personagens continuam na Ordem.
Esta é uma pequena lista de definições de Maçons, anotando que em alguma dessas devemos estar incluídos:
O SUPER MAÇOM - Este é o que conhecemos, geralmente, como um figurão. Como sempre, amável e educado. Na vida profana ocupa posições de relevo; talvez por isso não tenha tempo nem se sinta obrigado a frequentar os nossos trabalhos. A Tesouraria quase sempre está em dificuldades com ele; entretanto, sempre tem os seus defensores devido à posição de destaque que ocupa no mundo profano.
O MAÇOM SATÉLITE - Também não é amigo da frequência, mas é prestimoso, amável, contribui sempre e generosamente quando solicitado. Não emite opiniões, não vive a vida da Loja, não procura criar casos.
Embora prime pela ausência, os Responsáveis nunca estão dispostos a enquadrá-lo porque no fim das contas é um bom sujeito, sempre disposto a colaborar, sempre pronto a ajudar um Irmão.
O MAÇOM ENCOSTO - Também conhecido como irmão coitado, é carinhoso, chegado, gosta de se fazer de vítima, para ter apoio ou conseguir favores, que às vezes nem necessitaria realmente, aluga a Loja, mas na hora em que se precisa do retorno, ainda não retornou.
O MAÇOM ‘NÃO SEI PORQUE’ - ‘Não sei porque ele ainda é maçom; nem você, e talvez nem ele saiba’. Não comparece; não colabora; dá trabalho ao Tesoureiro; critica o que se faz e o que deixou de ser feito; ninguém sabe por que ele entrou e como conseguiu galgar os diversos graus; porque ali permanece e porque demoram em eliminá-lo.
O MAÇOM ‘PASTOR’ - É aquele que se acha a última reencarnação de Crística, quando começa a falar não pára mais, deveria fundar uma seita e não pertencer à Maçonaria; não aceita contradições, ‘conhece tudo’, ‘sabe tudo’ ou já ‘viveu isso’, quer que os irmãos pensem que existem duas maçonarias, antes e depois de sua iniciação, fala pelos cotovelos e não diz nada, poderia ser chamado de Maçom Enche Saco!
O MAÇOM DA SEGUNDA-FEIRA - Também poderia ser chamado de Maçom Estandarte. Comparece pontualmente a todas as reuniões. Maçonaria para ele se resume nisso: fica no seu lugar, não quer encargos, comissões, enfim não quer trabalhar. Não apresenta propostas; não entra em debates, discussões; nunca apresenta trabalho de cunho maçônico. Participa das votações porque é obrigado. O único serviço que presta à Loja é ser pontual com a tesouraria e dar boa referência às reuniões.
O MAÇOM CIFRÃO - Também conhecido como Maçom Comercial, é aquele que está na Maçonaria apenas para vender o seu peixe, os irmãos não passam de clientes, comparece pontualmente à tesouraria para mostrar que está bem, não conhece nada de maçonaria, não lê nada, não faz nada que não venha a render alguma medalha cunhada.
O MAÇOM BUFÃO - É aquele que não leva ninguém a sério, muito menos a Maçonaria, é alegre, de conhecimento profundo, só piadas, seria um excelente irmão se vivêssemos apenas de ágapes.
O MAÇOM P.’.A.’.D.’.U.’. - Por ser intempestivo, arrogante, vaidoso e com um ego hipertrofiado, ao ponto de não reconhecer seus próprios erros. Este com toda sua soberbia se acha: O Poderoso Arquiteto Do Universo.
O MAÇOM COMUM - São a maioria, é aquele Maçom que comparece, ajuda, estuda, realiza na vida profana e familiar, está sempre à disposição quando solicitado, não se envolve em confusões, nem as cria, é o verdadeiro obreiro, um ótimo espelho para os outros.
O MAÇOM DEDICADO - Finalmente o Maçom com ‘M’ maiúsculo, sem subtítulos. Comparece às reuniões, vive os problemas da Loja, procura trabalho. Não rejeita encargos nem tarefas, aponta erros, aplaude êxitos. Assume responsabilidades, faz filantropia, sem segundas intenções. Não procura impor as suas opiniões. Muitas vezes se aborrece se desilude, mas, na próxima sessão, lá está de novo incansável.
‘É o que carrega a Loja às costas’. Procura estudar os rituais, o simbolismo, a filosofia maçônica. Não vive para exaltar os seus feitos para chamar atenção, nem a criticar os outros. O que seria da Loja e da Maçonaria se não existisse esta consciência?
O MAÇOM DONO DA BOLA - Donos da Loja ou Cardeais. Onde antiguidade é cargo. Geralmente ocupam cargos temporariamente ou ex-veneráveis forçados, não conseguem deixar o cargo e não larga o pé do atual Venerável Mestre, e quando possível fazem questão de dizer que na sua gestão era assim ou assado.
Melhores que eles para dirigirem a Loja, ninguém. Acham-se donos da Loja, não admitem que se faça nada sem sua autorização ou consulta, e se isso acontecer, ficam contra o projeto. Irmãos de verdade para eles, somente aqueles que os apoiam.
Mas é bom que se frise que a maioria dos ex-veneráveis não se enquadram nesta descrição. Existem ainda muitos bons maçons na Ordem. Felizmente a maioria. São Irmãos excelentes, preparados, humildes, sabem qual é o seu lugar dentro de uma loja, bons conselheiros, conhecem o peso de um malhete, porque já o manejaram quando foram veneráveis.  Aprenderam mais ouvir que falar.
A Maçonaria valoriza a Dialética, que é a arte do diálogo, ou a discussão, como força de argumentação permite que se contrariem ideias, que elas sejam discutidas em todos os sentidos e que dessa situação nasça uma ideia concreta, inteligente, e perfeita, uma verdadeira síntese de tudo o que foi tratado, desde que venha em favor da Ordem e da humanidade. Ela prega a igualdade e a liberdade de pensamento entre seus adeptos.
Esta situação de dono de loja é uma das causas maiores do afastamento de muitos honrados irmãos da Ordem. Se um irmão, sem medo, com coragem falar em nome da democracia e dos verdadeiros princípios da Ordem, e isto ferir os desígnios destes déspotas, este será marcado, perseguido e descriminado.
Considerando-se que temos cerca de seis ou sete mil lojas no Brasil, imagine-se o número de Irmãos que agem desta forma, considerando-se que a natureza humana é complexa e estranha, que muitos homens possuem a síndrome do poder em função de seu DNA animalesco onde um quer ser o dominante sobre o outro, ou sobre os outros. Geralmente estas pessoas são inseguras, não são felizes, não estão de bem com a vida e esta forma de querer exercer um suposto poder sobre os outros é sua maneira de tentar equilibrar seus próprios defeitos.
A síndrome do poder também chamada de síndrome do pequeno poder é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que recebeu um poder e tenta usá-lo de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas dicotomizados que possam vir a ocasionar. A síndrome do pequeno poder pode se tornar uma patologia, quando se torna crônica. Existem aqueles Irmãos que mesmo longe do poder pensam que o possui. Quando a realidade lhe é mostrada, entram em depressão.
Mas a Maçonaria prega justamente o contrário. Ela é democrática. Quando se fala em vencer as paixões significa que o maçom deve fazer prevalecer em seu consciente racional sobre as programações erradas de seu subconsciente, ou seja, sobre a parte ruim que o ser humano tem dentro de si. Segundo São Francisco de Assis, é o “burro” ou a “besta” que o ser humano carrega dentro de sua consciência. Uma das condições mais exigidas pelos princípios maçônicos é justamente você fazer prevalecer seu lado bom, vencendo o seu lado mau.
 A condição para um irmão ser venerável em primeiro lugar é que ele tenha merecimentos pessoais e que tenha um conhecimento profundo da ciência maçônica em todos os seus segmentos, tais como história da Ordem, ritualística, simbologia, administração, legislação e justiça sendo tudo isso associado à sua capacidade de liderança.
Evidentemente a Maçonaria terá que renovar seus líderes, para que novas ideias, novos postulados, novos rumos e até novos paradigmas sejam estudados, adotados e postos em ação.
Todavia correrá o famoso risco: VOCÊ QUER CONHECER UM MAÇOM? DÊ-LHE PODER.
Mais uma listinha de definições de Maçons, em alguma dessas devemos estar incluídos:
Fonte: http://www.obreirosdeiraja.com.br/os-diferentes-tipos-de-macons-2/
JOSÉ ARAGUAÇU - Mestre Maçom da ARLS ESTRELA DO XINGU Nº. 69 - Grande Loja do Estado do Pará.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O TEMPLO INTERIOR

Deus pediu a Moisés que construísse um Tabernáculo, segundo o “modelo” mostrado, e com os mínimos detalhes para a construção, onde Ele manifestaria a sua presença no meio do povo. Nunca, jamais, em tempo algum, solicitou que lhe construíssem um Templo feito por mãos humanas, pois, sua morada é o universo infinito, e, o que é maior que o infinito não caberia em um espaço físico limitado, Is – 66:1-2, Atos – 7:48-49.
O Templo material serviu durante algum tempo, para tentarmos fazer a comunhão espiritual com as leis divinas que foram escritas nas duas tábuas de pedra que ficavam dentro da Arca da Aliança, no interior do Templo, no “Santo dos Santos.” O senhor disse ao rei Davi que qualquer Templo construído seria destruído, e que um filho da linhagem de Davi, lhe ergueria um Templo que seria eterno (O Messias).
Uma nova aliança foi feita e as leis foram colocadas em nossos corações (Heb – 10:16). Para o oriental, o coração é a sede da consciência, ele possui também, duas partes: o átrio direito e o átrio esquerdo. Para o ocidental, a sede da consciência é o cérebro, também, dividido em duas partes: hemisfério direito e hemisfério esquerdo. 
“Não sabeis vós que sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Cor – 3:16. Se nós somos o templo e temos as leis escritas em nosso interior, são duas as tábuas da lei, o coração é dividido em duas partes e cérebro também é dividido em duas partes, somos o Templo e possuímos a Arca da Aliança com as leis em nosso interior, este é o predito Templo que será eterno. O Templo material de pedras e a Arca da Aliança, já não são mais necessários, possuem valor histórico. 
Não adianta falar em Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Fé, Esperança e Caridade, e não colocar em prática, ficar apenas no discurso oficial dentro dos Templos. Se todos nós somos filhos de um mesmo Pai, somos todos irmãos, e devemos ter em mente que, se o nosso irmão primogênito que é guia e modelo para todos, e sempre intercede em nosso favor junto ao Pai, que o ama, e esse amor se estende a nós, os outros filhos, temos que fazer cumprir a lei “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos!”
Só quando aprendemos a calar as vozes exteriores, quando nos desligamos das agitações e tribulações da vida, é que podemos sentir a verdadeira manifestação dos fluidos cósmicos em nosso ser interior e, como o sacrifício e a oferta do cordeiro divino já foram feitos há dois mil anos atrás, como somos seres relativos da criação, nos resta apenas passarmos por um processo de purificação, só assim, poderemos nos aproximar do Criador que é único e Absoluto, então, fazemos brilhar a nossa luz como está escrito: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” Mat – 5:14 a 16.  Boas obras se fazem com Amor e Caridade.
Em nossas preces devemos nos lembrar de todos, se pedimos o pão devemos pedir para todos e não somente para nós. Quando fazemos brilhar a nossa luz em favor do próximo, somos os primeiros a ser beneficiados, pois, quem porta a luz é o primeiro a ser iluminado.
Feliz, aquele que entende que, “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é partícula do continente uma parte da terra; se um torrão é arrastado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” - John Donne.
A dificuldade está em entender que possuímos uma partícula divina, mas, a manifestação de uma partícula do que é infinito, também é infinita, portanto, somos imortais.


Fonte: http://www.pedroneves.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5007549
JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69 – GLEPA - Grande Loja Maçônica do Estado do Pará