Por mais
que pareça transcendente, as previsões do Profeta Amós têm estreita ligação com
os dias atuais, na questão da disputa de territórios entre o Estado de Israel e
o povo palestino.
No tempo
de Amós já ocorriam as disputas, mas eram mais voltadas às questões religiosas
e raciais
Amós, foi
um ferrenho adversário de Israel, notadamente da opressão proporcionada pelo
povo judeu contra o sua gente.
De suas
profecias, o grau de companheiro tomou emprestado o diálogo nº 7, onde Amós
conversa com Deus sobre o prumo, instrumento que na simbologia maçônica
representa o 2º vigilante, o qual, por sua vez, administra a coluna do sul,
lugar dos companheiros maçons.
Eis o que
ele me fez ver: que o Senhor estava junto a um muro levantado a prumo, e tinha
um prumo na mão.
Perguntou-me o Senhor:
- Que vês tu, Amós?
Respondi:
- Um prumo.
Então disse o Senhor:
- Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel e nunca mais passarei
por ele.
O Livro de Amós
Amós é o
mais antigo dos profetas menores do antigo testamento, cujas palavras nos foram
conservadas em forma de livro. Amós era um camponês de Técua (vilarejo
localizado cerca de seis milhas ao sul de Belém) e que exerceu atividade
durante o reinado dos reis contemporâneos Ozias, de Judá, e Jeroboão II, de
Israel, em torno do ano de 750 A.C.
O livro
de Amós é uma grande coletânea de dados feita pelos seus discípulos ou em
círculos proféticos, de oráculos e pregações do profeta, proferidos em várias
situações. Embora a sua mensagem se dirigisse antes de tudo a Israel, vindo do
Reino do Sul, ele não esqueceu Judá inteiramente (Am 6,1;8,14).
O livro
de Amós é o terceiro dos doze profetas da Bíblia hebraica e latina, mas o
segundo da grega. É o mais antigo dos livros proféticos. Começa com um título e
uma exortação e apresenta três grandes partes: "O julgamento dos
povos" (1,3-2,16); "Os discursos" (3,1-6,13); e "As
visões" (7,1-9,8a). A conclusão (9,8b-15) é um acréscimo.
Quem era
Amós?
O livro
nos dá três informações sobre sua profissão: um pastor, criador de gado e
cultivador de sicômoros
À
primeira vista, pensaríamos que Amós fosse um grande proprietário e que sua
atividade profética pudesse ser em defesa de seus interesses particulares.
Todavia, segundo as escrituras, Amós foi uma pessoa pobre, com vários empregos,
a serviço de outros para sobreviver. Ora trabalhava como pastor, ora como
vaqueiro, ora como agricultor, dependendo sua labuta dos "bicos" que
conseguia. Lembraria hoje o boia-fria que vive das oportunidades passageiras de
trabalho. Nessa perspectiva, a palavra de Amós adquire outro sentido: torna-se
denúncia de uma situação que gera a injustiça social e a pobreza do povo.
Em sua
juventude ele não foi educado junto com os outros profetas, eis que, como já
dito, trabalhava como pastor, cuidando dos seus rebanhos no vale de Asher, para
ganhar a vida. Porém mais tarde foi chamado por Deus para divulgar suas
profecias, e todas, obviamente, se tornaram célebres pela realidade.
Foi Amós
quem previu que haveria um grande terremoto em Jerusalém que se espalharia por
todo o país. Dois anos depois, quando o rei Ozias entrou no Santuário, no
Templo Sagrado, e ousou oferecer incenso perante Deus, no lugar do Sumo
Sacerdote Azariá, um terremoto abalou o Templo e fez o rei fugir aterrorizado .
Amós
também profetizou, com dois anos de antecedência, a fome que grassaria sobre o
país, de tal modo que nem o gado, nem as ovelhas teriam pasto.
Ele
admoestava constantemente o povo e os advertia a não abandonarem as leis da
Torá . Amós previu o julgamento Divino sobre os povos ao redor das fronteiras
da Terra de Israel: os sírios a leste, os filisteus a oeste, os fenícios ao
norte e Edom, Amon e Moab ao sul, que pelas suas práticas bárbaras e por
infligirem sofrimento ao povo judeu, todos seriam amaldiçoados.
Amós não
hesitou em censurar seu próprio povo nos termos mais enfáticos. Previu a
guerra, a derrota, a destruição e grande sofrimento para seu povo por causa da
sua falha em levar uma verdadeira vida conforme o Torá.
No
entanto, suas últimas profecias descreveram os esplêndidos e gloriosos dias de
Messias.
O Reino do Norte no tempo de Amós
No tempo
de Jeroboão II, rei de Israel, entre 783 e 743 A.C., o reino do norte conheceu
relativa tranquilidade pelo fato do império assírio estar ocupado com Damasco.
Isso permitiu uma espécie de milagre econômico: Israel recuperou os territórios
perdidos e houve uma fase de grande prosperidade, com muitas e luxuosas
construções, aumento de recursos agrícolas, progresso da indústria têxtil e
tinturaria.
O livro
de Amós confirma esse desenvolvimento e progresso, acompanhado de injustiças e
contrastes sociais, corrupção do direito e fraude no comércio. A religião
servia para tranquilizar a consciência da classe dominante, fomentando o
sentimento de superioridade em relação a outros povos. A aliança com Deus
tornou-se letra morta, celebrada no culto, mas sem qualquer influência na vida
diária.
A mensagem
É dentro
dessa situação que Amós começa a falar. Além de denunciar a situação de
desigualdade social, ele aprofunda sua crítica, principalmente no que se refere
à religião. Denuncia uma religião que é mera fachada para a injustiça e que
acoberta um sistema iníquo, já viciado pela raiz.
Amós viu
que só uma mudança radical de vida salvaria Israel (Am 5,4-6.14s) e temia que
ela não viesse. Só havia um meio de afastar aquela cólera, que se anunciava
próxima: "Odiai o mal e amai o bem, estabelecei o direito à porta; talvez
Javé, Deus dos Exércitos, tenha compaixão do resto de José" (Am 5,15).
Prumo de Deus
Vamos ver
o que diz em Amós 7:7 que fala sobre o prumo de deus: "mostrou-me também
isto: eis que o senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo
na mão".
Portanto,
é o Senhor mesmo que estava sobre o muro na visão de Amós. E aquele prumo em
suas mãos é altamente revelador, uma vez que revela o império do
desalinhamento, da desigualdade, da tortuosidade.
Podemos
inferir daí que, da mesma forma como faz o pedreiro, que ao construir a parede
utiliza-se do prumo para verificar se está certa, alinhada, Deus coloca o seu
prumo em nossa vida, para que não Ele, mas nós mesmos percebamos as falhas de
nossa índole, as quais precisam ser extirpadas.
Qual é o
prumo de Deus? A Bíblia? Os padrões que a sociedade estabelece? O caminho que
escolhemos seguir? Na consciência de cada um de nós está a resposta.
Conclusão
Nossa
Ordem, sobretudo a simbologia do grau de Companheiro do REAA, tenta
"passar o prumo" seguindo e utilizando-se de instrumentos, alegorias
para que seus ensinamentos sejam solidificados em nossa alma e com isso sejamos
alinhados à moral, aos bons costumes e tudo o mais que ela prega.
Muitas
vezes, o maçom mais exaltado busca se equivaler ao "prumo" e sai a
medir a parede dos outros e colocar defeitos nelas, esquecendo-se de pôr o
prumo de Deus em si próprio.
Frequentemente
discutimos em loja sobre falhas ou tortuosidade de alguns IIr.:, e questionamos
severamente tais condutas. Porém, temos que ter em mente que não somos
perfeitos, sendo essa a maior razão para que permaneçamos a lapidar as nossas
pedras brutas. Entretanto, o maçom tem um diferencial, que é a consciência de
sua limitação, de sua finitude. Cabe, pois, à Loja, em seu seio fraterno e
utilizando-se do prumo, do nível e do esquadro, incutir no maçom a capacidade
de extirpar seus defeitos.
A função
do prumo em Maçonaria não é revelar falhas ou defeitos para arrastar-nos a
juízo e desespero. A função do prumo é revelar falhas ou defeitos, para que
possamos renascer a cada dia, lapidar a pedra bruta que somos e encontrar a
verdade, a justiça e a perfeição.
Portanto,
façamos com que o prumo revelado por Amós seja um instrumento de uso diário
para cada um de nós.
Fonte: Omero Souza Barbosa, M.:M.:
JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. – ARLS Estrela do Xingu nº.
69.
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