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terça-feira, 28 de agosto de 2012

O PROFETA AMÓS

Por mais que pareça transcendente, as previsões do Profeta Amós têm estreita ligação com os dias atuais, na questão da disputa de territórios entre o Estado de Israel e o povo palestino.
No tempo de Amós já ocorriam as disputas, mas eram mais voltadas às questões religiosas e raciais
Amós, foi um ferrenho adversário de Israel, notadamente da opressão proporcionada pelo povo judeu contra o sua gente.
De suas profecias, o grau de companheiro tomou emprestado o diálogo nº 7, onde Amós conversa com Deus sobre o prumo, instrumento que na simbologia maçônica representa o 2º vigilante, o qual, por sua vez, administra a coluna do sul, lugar dos companheiros maçons.
Eis o que ele me fez ver: que o Senhor estava junto a um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na mão.
Perguntou-me o Senhor:
- Que vês tu, Amós?
Respondi:
- Um prumo.
Então disse o Senhor:
- Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel e nunca mais passarei por ele.


O Livro de Amós

Amós é o mais antigo dos profetas menores do antigo testamento, cujas palavras nos foram conservadas em forma de livro. Amós era um camponês de Técua (vilarejo localizado cerca de seis milhas ao sul de Belém) e que exerceu atividade durante o reinado dos reis contemporâneos Ozias, de Judá, e Jeroboão II, de Israel, em torno do ano de 750 A.C.
O livro de Amós é uma grande coletânea de dados feita pelos seus discípulos ou em círculos proféticos, de oráculos e pregações do profeta, proferidos em várias situações. Embora a sua mensagem se dirigisse antes de tudo a Israel, vindo do Reino do Sul, ele não esqueceu Judá inteiramente (Am 6,1;8,14).
O livro de Amós é o terceiro dos doze profetas da Bíblia hebraica e latina, mas o segundo da grega. É o mais antigo dos livros proféticos. Começa com um título e uma exortação e apresenta três grandes partes: "O julgamento dos povos" (1,3-2,16); "Os discursos" (3,1-6,13); e "As visões" (7,1-9,8a). A conclusão (9,8b-15) é um acréscimo.

Quem era Amós?
O livro nos dá três informações sobre sua profissão: um pastor, criador de gado e cultivador de sicômoros
À primeira vista, pensaríamos que Amós fosse um grande proprietário e que sua atividade profética pudesse ser em defesa de seus interesses particulares. Todavia, segundo as escrituras, Amós foi uma pessoa pobre, com vários empregos, a serviço de outros para sobreviver. Ora trabalhava como pastor, ora como vaqueiro, ora como agricultor, dependendo sua labuta dos "bicos" que conseguia. Lembraria hoje o boia-fria que vive das oportunidades passageiras de trabalho. Nessa perspectiva, a palavra de Amós adquire outro sentido: torna-se denúncia de uma situação que gera a injustiça social e a pobreza do povo.
Em sua juventude ele não foi educado junto com os outros profetas, eis que, como já dito, trabalhava como pastor, cuidando dos seus rebanhos no vale de Asher, para ganhar a vida. Porém mais tarde foi chamado por Deus para divulgar suas profecias, e todas, obviamente, se tornaram célebres pela realidade.
Foi Amós quem previu que haveria um grande terremoto em Jerusalém que se espalharia por todo o país. Dois anos depois, quando o rei Ozias entrou no Santuário, no Templo Sagrado, e ousou oferecer incenso perante Deus, no lugar do Sumo Sacerdote Azariá, um terremoto abalou o Templo e fez o rei fugir aterrorizado .
Amós também profetizou, com dois anos de antecedência, a fome que grassaria sobre o país, de tal modo que nem o gado, nem as ovelhas teriam pasto.
Ele admoestava constantemente o povo e os advertia a não abandonarem as leis da Torá . Amós previu o julgamento Divino sobre os povos ao redor das fronteiras da Terra de Israel: os sírios a leste, os filisteus a oeste, os fenícios ao norte e Edom, Amon e Moab ao sul, que pelas suas práticas bárbaras e por infligirem sofrimento ao povo judeu, todos seriam amaldiçoados.
Amós não hesitou em censurar seu próprio povo nos termos mais enfáticos. Previu a guerra, a derrota, a destruição e grande sofrimento para seu povo por causa da sua falha em levar uma verdadeira vida conforme o Torá.
No entanto, suas últimas profecias descreveram os esplêndidos e gloriosos dias de Messias.

O Reino do Norte no tempo de Amós

No tempo de Jeroboão II, rei de Israel, entre 783 e 743 A.C., o reino do norte conheceu relativa tranquilidade pelo fato do império assírio estar ocupado com Damasco. Isso permitiu uma espécie de milagre econômico: Israel recuperou os territórios perdidos e houve uma fase de grande prosperidade, com muitas e luxuosas construções, aumento de recursos agrícolas, progresso da indústria têxtil e tinturaria.
O livro de Amós confirma esse desenvolvimento e progresso, acompanhado de injustiças e contrastes sociais, corrupção do direito e fraude no comércio. A religião servia para tranquilizar a consciência da classe dominante, fomentando o sentimento de superioridade em relação a outros povos. A aliança com Deus tornou-se letra morta, celebrada no culto, mas sem qualquer influência na vida diária.

A mensagem

É dentro dessa situação que Amós começa a falar. Além de denunciar a situação de desigualdade social, ele aprofunda sua crítica, principalmente no que se refere à religião. Denuncia uma religião que é mera fachada para a injustiça e que acoberta um sistema iníquo, já viciado pela raiz.
Amós viu que só uma mudança radical de vida salvaria Israel (Am 5,4-6.14s) e temia que ela não viesse. Só havia um meio de afastar aquela cólera, que se anunciava próxima: "Odiai o mal e amai o bem, estabelecei o direito à porta; talvez Javé, Deus dos Exércitos, tenha compaixão do resto de José" (Am 5,15).

Prumo de Deus

Vamos ver o que diz em Amós 7:7 que fala sobre o prumo de deus: "mostrou-me também isto: eis que o senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão".
Portanto, é o Senhor mesmo que estava sobre o muro na visão de Amós. E aquele prumo em suas mãos é altamente revelador, uma vez que revela o império do desalinhamento, da desigualdade, da tortuosidade.
Podemos inferir daí que, da mesma forma como faz o pedreiro, que ao construir a parede utiliza-se do prumo para verificar se está certa, alinhada, Deus coloca o seu prumo em nossa vida, para que não Ele, mas nós mesmos percebamos as falhas de nossa índole, as quais precisam ser extirpadas.
Qual é o prumo de Deus? A Bíblia? Os padrões que a sociedade estabelece? O caminho que escolhemos seguir? Na consciência de cada um de nós está a resposta.

Conclusão

Nossa Ordem, sobretudo a simbologia do grau de Companheiro do REAA, tenta "passar o prumo" seguindo e utilizando-se de instrumentos, alegorias para que seus ensinamentos sejam solidificados em nossa alma e com isso sejamos alinhados à moral, aos bons costumes e tudo o mais que ela prega.
Muitas vezes, o maçom mais exaltado busca se equivaler ao "prumo" e sai a medir a parede dos outros e colocar defeitos nelas, esquecendo-se de pôr o prumo de Deus em si próprio.
Frequentemente discutimos em loja sobre falhas ou tortuosidade de alguns IIr.:, e questionamos severamente tais condutas. Porém, temos que ter em mente que não somos perfeitos, sendo essa a maior razão para que permaneçamos a lapidar as nossas pedras brutas. Entretanto, o maçom tem um diferencial, que é a consciência de sua limitação, de sua finitude. Cabe, pois, à Loja, em seu seio fraterno e utilizando-se do prumo, do nível e do esquadro, incutir no maçom a capacidade de extirpar seus defeitos.
A função do prumo em Maçonaria não é revelar falhas ou defeitos para arrastar-nos a juízo e desespero. A função do prumo é revelar falhas ou defeitos, para que possamos renascer a cada dia, lapidar a pedra bruta que somos e encontrar a verdade, a justiça e a perfeição.
Portanto, façamos com que o prumo revelado por Amós seja um instrumento de uso diário para cada um de nós.

Fonte:       Omero Souza Barbosa, M.:M.:


JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. – ARLS Estrela do Xingu nº. 69.

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