
A cada sessão da loja essa frase é ouvida por todos os irmãos, que já gravaram em sua memória a tradicional expressão "SÃO JOÃO, NOSSO PATRONO". Quando ocorre o trolhamento, à pergunta "Donde vindes?" do Ven. Mestre. Segue-se a resposta "De uma loj\de São João", reiterando o nome do "padroeiro da Maç." Quem é, entretanto, esse "São João"?
O nome João, derivado do hebraico Jehohannam ou Yoha Nan, corresponde ao grego Teododro, traduz-se por "dom de deus" ou "graça de deus".
Dos mais comuns no mundo, esse nome adapta-se facilmente à característica idiomática de cada país, e se transforma em Juan para os de língua hispânica; Giovanni, para os italianos; Jean, para os franceses; John para os de língua inglesa; Johann para os germânicos; Ivan para os russos e por aí a fora.
Ao ocupar-se da "Lenda de São João" em sua obra "Lendas Maçônicas", Rizzardo da Camino relaciona nada menos que 33 personagens com o nome de "São João", assim denominados:
1- São João Calibita; 2- São João Esmoler; 3- São João Crisóstomo; 4- São João Reomé; 5- São João (sem cognome, surgido em Alexandria); 6- São João Bosco; 7- São João do Egito; 8- São João Climaco; 9- São João da Mata; 11- São João de Vandiéres; 12- São João da Cruz; 13- São João de Deus; 14- São João Damasceno; 15- São João de Berley; 16- São João, o Silencioso; 17- São João Nepomuceno; 18- São João Batista de Rossi; 19- São João do Prado; 20- São João; 21- São João de Sahagun ou de Santa Fagunda; 22- São João de Matera; 23- São João I de Nápoles; 24- São João IV de Nápoles; 25- São João Fischer; 26; São João de Chinon; 27- São João Cassiano; 28- São João Colombini; 29- São João Batista Maria Vianney; 30- São João Berchmans; 31- São João, o Anão; 32- São João Câncio; e 33- São João de Capistrano.
Cita na seqüência, dois personagens bíblicos: São João Batista e São João Evangelista. Os nomes desta relação aludem a figuras que, reais ou lendárias, místicas ou míticas, têm registro histórico como pessoas.
Certamente, alguém pensará em outros "São João" especialmente em "São João da Escócia", Freqüentemente apresentado com epíteto "Nosso Padroeiro". Historicamente não existe nenhum personagem com este nome. Na realidade, "São João da Escócia" é a designação de uma loja Maçônica fundada em Marselha, na França, em 25.06.1811.
Também às Lojas, e não às pessoas, referem-se os nomes: SÃO JOÃO DE BOSTON (Primeira Grande Loja do Continente Americano, 1733); São João de Bragança (Loja cuja maioria dos IIr. pertencia à corte de D. João VI); São João de Edimburgo (designativo dado à Gr\Loj\ da Escócia, em 1756); São João de Jerusalém (título da Loja fundada por Pirlet, em 1758, e também de uma Ordem Cavaleirística da Espanha. Posteriormente várias oficinas e Grandes Lojas passaram a usar esse título); São João da Palestina (título de uma Loja instituída em Paris, em 01 .03.1780); e São João dos Três Morteiros (designativo de um Gr. Loj. constituída na Sardenha em 24.12.1759 pela Gr. Loj. da Inglaterra).
À parte e acima de toda essa nomenclatura, merecem especial consideração duas extraordinárias personalidades: SÃO JOÃO BATISTA e SÃO JOÃO EVANGELISTA, ambos com registro nos evangelhos.
SÃO JOÃO BATISTA guarda estreita semelhança com Cristo, de quem era parente, visto que sua mãe Isabel, era prima de Maria. Seu nascimento, também miraculoso, foi pronunciado pelo mesmo arcanjo Gabriel, que igualmente anunciaria Jesus.
Firme e contundente em sua pregação - chegando a enfrentar o poderoso tetrarca Herodes - era dotado de tocante humildade pessoal. Sobre Jesus, a quem batizou, disse "Este é daquele que vem após mim, que foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparcata. "Além, quando lhe anunciaram que aquele a quem batizara estava batizando e "todos iam ter com ele" declarou, humildemente: "importa que ele cresça e eu diminua".
O próprio Jesus, porém, dá de João Batista um testemunho glorioso: "Entre os nascidos de mulher não há nenhum maior que João Batista". Quanto a SÃO JOÃO EVANGELISTA, não menos notável é seu caráter e atuação. Com seu irmão carnal, Tiago, Foi dos primeiros discípulos do Mestre. Os dois consertavam as redes junto a Zebedeu, seu pai, quando Jesus os convocou para serem "pescadores de homens".
A partir desse instante, João não se afasta mais de Cristo, tornando-se, mais que um discípulo(que significa aprendiz, do latim "discipulum", um apóstolo (cujo sentido é enviado, missionário, derivado do verbo grego "a postolai").
Ao lado de Pedro e Tiago, integra ao grupo mais íntimo de Cristo e são os únicos a presenciar a glória de Jesus no Monte da Transfiguração (Mateus 17:1) e sua agonia no Getsêmani ( Mateus 26.36). É conhecido como "o discípulo do amor". Seu Evangelho e suas três Epístolas são plenos de ternura:
"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.", escreve em sua Primeira Carta. Capítulo 4, versículos 7 e 8.
Como preleciona Magister:
"A expressão Loja de São João vem a ser um nome simbólico de toda união ou agrupamento de iniciados, de homens iluminados e favorecidos espiritualmente, aplicando-se em sua acepção mais geral a todos os que tem sido admitidos nos Mistérios, e mais particularmente aos verdadeiros IIr.`. de São João na qual devemos buscar a inspiração e a origem mais profunda e verdadeira de nossa Ordem".
Fonte: http://www.polibusca.com.br/texto.aspx?idTxt=138
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