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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

COMO RECONHECER UM MAÇOM?

Ser reconhecido Maçom podemos até por um simples PIM na lapela. Por isso nossa preocupação deve ser: Que qualidade de Maçom sou reconhecido? Um Maçom de ouro ou um Maçom apenas dourado (ou nem isso…)?
Maçons existem que se acomodam, julgando que, atingindo o grau de Mestre estão na plenitude maçônica. Na verdade, considerando a Maçonaria Simbólica é o último grau. Porém, não se pode dizer com isso que sejam ‘justos e perfeitos’, vez que o desbaste da pedra bruta somente termina com a nossa ida para o Oriente Eterno. Assim sendo, triste do Maçom que aposenta seu Maço e seu Cinzel. Porque a construção de nosso Templo interior só termina com o final de nossa vida material. E não é suficiente somente esquadrejarmos a Pedra Bruta. Necessário se faz também deixá-la bem polida.
Diz o LL que fomos criados à imagem do G:.A:.D:.U:. (Gên. 1,26); porém a semelhança precisa ser conquistada. O desbaste da nossa pedra bruta, poderá resultar numa ‘obra de arte’ ou num ‘monstrengo’. Se o monstrengo for o resultado final, o Criador nos irá arguir: “É isto que me apresenta no final de sua caminhada?”.
Nossa responsabilidade vai além do próprio desbaste. Precisamos ajudar os Irmãos na caminhada, não só com nosso bom exemplo, como alertando os acomodados para um melhor desempenho maçônico.
Não basta ser reconhecido Maçom. É preciso também ser reconhecido como MISSIONÁRIO, como autêntico CONSTRUTOR SOCIAL.
As duas horas templárias são importantíssimas para recarregarmos nossas baterias. Assim, não devemos faltar às reuniões da nossa Loja. Até como desculpa, alguns dizem que já fazem maçonaria, fora do templo. Ótimo. Isso é um dever de todo bom maçom. Mas não o isenta do comparecimento às Reuniões.
Alguns dizem que não vão à Loja, porque as reuniões são da mesmice. Ora, se a Loja entrou numa mesmice a culpa é de todos e de cada um. Use-se então a Bolsa de Propostas e Informações, não para criticar mas para sugerir melhoras. O bom Maçom participa de tudo de sua Loja, de suas decisões, de seus projetos. O bom Maçom não se distancia de seus Irmãos; a prática da fraternidade se faz com o bom convívio (Salmo 133).
Quando falo aos Aprendizes costumo perguntar ‘quem é o responsável pela Loja’ e a maioria deles dizem ser o Venerável Mestre. Apontando para ele(s) afirmo: O responsável é você. Somos todos nós.
Talvez muitos Mestres não digam que a responsabilidade da Loja seja do Venerável, mas pensam e agem como se assim o fossem. Por isso não acham grave faltar às Reuniões, motivo porque algumas Lojas têm até abatido colunas.
Seria bom que cada um contemplasse o ‘OLHO QUE TUDO VÊ’, a onisciência divina, e refletisse: “Como me vê o G:.A:.D:.U:.? Um maçom responsável, presente, participativo, fraterno, preocupado com o bom desempenho da Maçonaria?”
O progresso na maçonaria também se consegue pelo estudo, pela pesquisa, pela apresentação de Peças de Arquitetura. Quem assim faz aprende sempre mais e enriquecem também os outros com seus conhecimentos partilhados. (“A luz que tu levas para alguém, vai iluminar-te também”). Não faz sentido Mestre que não ensina.


JOSÉ ARAGUAÇU – Mestre Maçom da ARLS Estrela do Xingu 69 – Grande Loja Maçônica do Estado do Pará.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OS DIFERENTES TIPOS DE MAÇONS

O que lamentamos profundamente é que o “mundo exterior” não reflita a Maçonaria. A Humanidade seria mais justa e feliz.
Como se constata não há diferenças entre os tipos de profanos e os possíveis tipos de Maçons. E porque deveria haver?
Como em todas as Organizações, podemos afirmar que também na Maçonaria não somos todos iguais.
Existem, informalmente, diversos tipos de maçons que se caracterizam pelos seus comportamentos. De conformidade com as suas maneiras de se comportarem em relação à Instituição, o vamos evidenciar.
A massa é a mesma, portanto a Maçonaria só pode refletir o mundo exterior, desejavelmente para muito melhor.
A imagem propagada no país e no mundo, é que o maçom é uma pessoa grave de gestos solenes, conversa transcendental e meio maligno. Velhinhos de terno e gravata, sérios - incapazes de fazer alguma coisa.
Um tópico pouco frequente de se encontrar na Literatura Maçônica o constitui, que o acompanha não só nos alegres Ágapes da Ordem, mas também nas cerimônias solenes que inesperadamente se veem assaltadas por uma anotação jocosa.
Alguns maçons praticam todas as formas de arte, desde o inocente comentário festivo, até o vicioso e cruel humor negro, passando pelo fino e duplo sentido e humor irreverente, para não mencionar o temido sarcasmo. Tudo é comemorado com boa disposição de ânimo e dentro de um arraigado espírito de tolerância e fraternidade.
O paradoxo do caso, é que os Maçons, com todo o formal pelo que se lhes toma, e imersos em uma associação que conta com uma grande quantidade de solenidades, são capazes de fazer o seu trabalho a sério, enquanto vê o lado mais frívolo, permanentemente brincando sobre si, ou sobre o que estão fazendo.
Parece que fosse uma questão simples. No entanto, não é. Na Maçonaria não segue tendências, e isso acontece algo de semelhante no que diz respeito às anedotas provenientes de distantes contextos culturais.
O que divide os Maçons tem muito mais a ver com os graves problemas do dia a dia.
Qualquer dúvida de que os maçons estão muito criativos. As definições são reais, cujos personagens continuam na Ordem.
Esta é uma pequena lista de definições de Maçons, anotando que em alguma dessas devemos estar incluídos:
O SUPER MAÇOM - Este é o que conhecemos, geralmente, como um figurão. Como sempre, amável e educado. Na vida profana ocupa posições de relevo; talvez por isso não tenha tempo nem se sinta obrigado a frequentar os nossos trabalhos. A Tesouraria quase sempre está em dificuldades com ele; entretanto, sempre tem os seus defensores devido à posição de destaque que ocupa no mundo profano.
O MAÇOM SATÉLITE - Também não é amigo da frequência, mas é prestimoso, amável, contribui sempre e generosamente quando solicitado. Não emite opiniões, não vive a vida da Loja, não procura criar casos.
Embora prime pela ausência, os Responsáveis nunca estão dispostos a enquadrá-lo porque no fim das contas é um bom sujeito, sempre disposto a colaborar, sempre pronto a ajudar um Irmão.
O MAÇOM ENCOSTO - Também conhecido como irmão coitado, é carinhoso, chegado, gosta de se fazer de vítima, para ter apoio ou conseguir favores, que às vezes nem necessitaria realmente, aluga a Loja, mas na hora em que se precisa do retorno, ainda não retornou.
O MAÇOM ‘NÃO SEI PORQUE’ - ‘Não sei porque ele ainda é maçom; nem você, e talvez nem ele saiba’. Não comparece; não colabora; dá trabalho ao Tesoureiro; critica o que se faz e o que deixou de ser feito; ninguém sabe por que ele entrou e como conseguiu galgar os diversos graus; porque ali permanece e porque demoram em eliminá-lo.
O MAÇOM ‘PASTOR’ - É aquele que se acha a última reencarnação de Crística, quando começa a falar não pára mais, deveria fundar uma seita e não pertencer à Maçonaria; não aceita contradições, ‘conhece tudo’, ‘sabe tudo’ ou já ‘viveu isso’, quer que os irmãos pensem que existem duas maçonarias, antes e depois de sua iniciação, fala pelos cotovelos e não diz nada, poderia ser chamado de Maçom Enche Saco!
O MAÇOM DA SEGUNDA-FEIRA - Também poderia ser chamado de Maçom Estandarte. Comparece pontualmente a todas as reuniões. Maçonaria para ele se resume nisso: fica no seu lugar, não quer encargos, comissões, enfim não quer trabalhar. Não apresenta propostas; não entra em debates, discussões; nunca apresenta trabalho de cunho maçônico. Participa das votações porque é obrigado. O único serviço que presta à Loja é ser pontual com a tesouraria e dar boa referência às reuniões.
O MAÇOM CIFRÃO - Também conhecido como Maçom Comercial, é aquele que está na Maçonaria apenas para vender o seu peixe, os irmãos não passam de clientes, comparece pontualmente à tesouraria para mostrar que está bem, não conhece nada de maçonaria, não lê nada, não faz nada que não venha a render alguma medalha cunhada.
O MAÇOM BUFÃO - É aquele que não leva ninguém a sério, muito menos a Maçonaria, é alegre, de conhecimento profundo, só piadas, seria um excelente irmão se vivêssemos apenas de ágapes.
O MAÇOM P.’.A.’.D.’.U.’. - Por ser intempestivo, arrogante, vaidoso e com um ego hipertrofiado, ao ponto de não reconhecer seus próprios erros. Este com toda sua soberbia se acha: O Poderoso Arquiteto Do Universo.
O MAÇOM COMUM - São a maioria, é aquele Maçom que comparece, ajuda, estuda, realiza na vida profana e familiar, está sempre à disposição quando solicitado, não se envolve em confusões, nem as cria, é o verdadeiro obreiro, um ótimo espelho para os outros.
O MAÇOM DEDICADO - Finalmente o Maçom com ‘M’ maiúsculo, sem subtítulos. Comparece às reuniões, vive os problemas da Loja, procura trabalho. Não rejeita encargos nem tarefas, aponta erros, aplaude êxitos. Assume responsabilidades, faz filantropia, sem segundas intenções. Não procura impor as suas opiniões. Muitas vezes se aborrece se desilude, mas, na próxima sessão, lá está de novo incansável.
‘É o que carrega a Loja às costas’. Procura estudar os rituais, o simbolismo, a filosofia maçônica. Não vive para exaltar os seus feitos para chamar atenção, nem a criticar os outros. O que seria da Loja e da Maçonaria se não existisse esta consciência?
O MAÇOM DONO DA BOLA - Donos da Loja ou Cardeais. Onde antiguidade é cargo. Geralmente ocupam cargos temporariamente ou ex-veneráveis forçados, não conseguem deixar o cargo e não larga o pé do atual Venerável Mestre, e quando possível fazem questão de dizer que na sua gestão era assim ou assado.
Melhores que eles para dirigirem a Loja, ninguém. Acham-se donos da Loja, não admitem que se faça nada sem sua autorização ou consulta, e se isso acontecer, ficam contra o projeto. Irmãos de verdade para eles, somente aqueles que os apoiam.
Mas é bom que se frise que a maioria dos ex-veneráveis não se enquadram nesta descrição. Existem ainda muitos bons maçons na Ordem. Felizmente a maioria. São Irmãos excelentes, preparados, humildes, sabem qual é o seu lugar dentro de uma loja, bons conselheiros, conhecem o peso de um malhete, porque já o manejaram quando foram veneráveis.  Aprenderam mais ouvir que falar.
A Maçonaria valoriza a Dialética, que é a arte do diálogo, ou a discussão, como força de argumentação permite que se contrariem ideias, que elas sejam discutidas em todos os sentidos e que dessa situação nasça uma ideia concreta, inteligente, e perfeita, uma verdadeira síntese de tudo o que foi tratado, desde que venha em favor da Ordem e da humanidade. Ela prega a igualdade e a liberdade de pensamento entre seus adeptos.
Esta situação de dono de loja é uma das causas maiores do afastamento de muitos honrados irmãos da Ordem. Se um irmão, sem medo, com coragem falar em nome da democracia e dos verdadeiros princípios da Ordem, e isto ferir os desígnios destes déspotas, este será marcado, perseguido e descriminado.
Considerando-se que temos cerca de seis ou sete mil lojas no Brasil, imagine-se o número de Irmãos que agem desta forma, considerando-se que a natureza humana é complexa e estranha, que muitos homens possuem a síndrome do poder em função de seu DNA animalesco onde um quer ser o dominante sobre o outro, ou sobre os outros. Geralmente estas pessoas são inseguras, não são felizes, não estão de bem com a vida e esta forma de querer exercer um suposto poder sobre os outros é sua maneira de tentar equilibrar seus próprios defeitos.
A síndrome do poder também chamada de síndrome do pequeno poder é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que recebeu um poder e tenta usá-lo de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com os problemas dicotomizados que possam vir a ocasionar. A síndrome do pequeno poder pode se tornar uma patologia, quando se torna crônica. Existem aqueles Irmãos que mesmo longe do poder pensam que o possui. Quando a realidade lhe é mostrada, entram em depressão.
Mas a Maçonaria prega justamente o contrário. Ela é democrática. Quando se fala em vencer as paixões significa que o maçom deve fazer prevalecer em seu consciente racional sobre as programações erradas de seu subconsciente, ou seja, sobre a parte ruim que o ser humano tem dentro de si. Segundo São Francisco de Assis, é o “burro” ou a “besta” que o ser humano carrega dentro de sua consciência. Uma das condições mais exigidas pelos princípios maçônicos é justamente você fazer prevalecer seu lado bom, vencendo o seu lado mau.
 A condição para um irmão ser venerável em primeiro lugar é que ele tenha merecimentos pessoais e que tenha um conhecimento profundo da ciência maçônica em todos os seus segmentos, tais como história da Ordem, ritualística, simbologia, administração, legislação e justiça sendo tudo isso associado à sua capacidade de liderança.
Evidentemente a Maçonaria terá que renovar seus líderes, para que novas ideias, novos postulados, novos rumos e até novos paradigmas sejam estudados, adotados e postos em ação.
Todavia correrá o famoso risco: VOCÊ QUER CONHECER UM MAÇOM? DÊ-LHE PODER.
Mais uma listinha de definições de Maçons, em alguma dessas devemos estar incluídos:
Fonte: http://www.obreirosdeiraja.com.br/os-diferentes-tipos-de-macons-2/
JOSÉ ARAGUAÇU - Mestre Maçom da ARLS ESTRELA DO XINGU Nº. 69 - Grande Loja do Estado do Pará.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O TEMPLO INTERIOR

Deus pediu a Moisés que construísse um Tabernáculo, segundo o “modelo” mostrado, e com os mínimos detalhes para a construção, onde Ele manifestaria a sua presença no meio do povo. Nunca, jamais, em tempo algum, solicitou que lhe construíssem um Templo feito por mãos humanas, pois, sua morada é o universo infinito, e, o que é maior que o infinito não caberia em um espaço físico limitado, Is – 66:1-2, Atos – 7:48-49.
O Templo material serviu durante algum tempo, para tentarmos fazer a comunhão espiritual com as leis divinas que foram escritas nas duas tábuas de pedra que ficavam dentro da Arca da Aliança, no interior do Templo, no “Santo dos Santos.” O senhor disse ao rei Davi que qualquer Templo construído seria destruído, e que um filho da linhagem de Davi, lhe ergueria um Templo que seria eterno (O Messias).
Uma nova aliança foi feita e as leis foram colocadas em nossos corações (Heb – 10:16). Para o oriental, o coração é a sede da consciência, ele possui também, duas partes: o átrio direito e o átrio esquerdo. Para o ocidental, a sede da consciência é o cérebro, também, dividido em duas partes: hemisfério direito e hemisfério esquerdo. 
“Não sabeis vós que sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Cor – 3:16. Se nós somos o templo e temos as leis escritas em nosso interior, são duas as tábuas da lei, o coração é dividido em duas partes e cérebro também é dividido em duas partes, somos o Templo e possuímos a Arca da Aliança com as leis em nosso interior, este é o predito Templo que será eterno. O Templo material de pedras e a Arca da Aliança, já não são mais necessários, possuem valor histórico. 
Não adianta falar em Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Fé, Esperança e Caridade, e não colocar em prática, ficar apenas no discurso oficial dentro dos Templos. Se todos nós somos filhos de um mesmo Pai, somos todos irmãos, e devemos ter em mente que, se o nosso irmão primogênito que é guia e modelo para todos, e sempre intercede em nosso favor junto ao Pai, que o ama, e esse amor se estende a nós, os outros filhos, temos que fazer cumprir a lei “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos!”
Só quando aprendemos a calar as vozes exteriores, quando nos desligamos das agitações e tribulações da vida, é que podemos sentir a verdadeira manifestação dos fluidos cósmicos em nosso ser interior e, como o sacrifício e a oferta do cordeiro divino já foram feitos há dois mil anos atrás, como somos seres relativos da criação, nos resta apenas passarmos por um processo de purificação, só assim, poderemos nos aproximar do Criador que é único e Absoluto, então, fazemos brilhar a nossa luz como está escrito: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” Mat – 5:14 a 16.  Boas obras se fazem com Amor e Caridade.
Em nossas preces devemos nos lembrar de todos, se pedimos o pão devemos pedir para todos e não somente para nós. Quando fazemos brilhar a nossa luz em favor do próximo, somos os primeiros a ser beneficiados, pois, quem porta a luz é o primeiro a ser iluminado.
Feliz, aquele que entende que, “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é partícula do continente uma parte da terra; se um torrão é arrastado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” - John Donne.
A dificuldade está em entender que possuímos uma partícula divina, mas, a manifestação de uma partícula do que é infinito, também é infinita, portanto, somos imortais.


Fonte: http://www.pedroneves.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=5007549
JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69 – GLEPA - Grande Loja Maçônica do Estado do Pará

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

AS TRÊS JANELAS

As Três Janelas estão representadas no "Quadro de Aprendiz": a primeira a Oriente, a segunda ao Meio-Dia e a terceira a Ocidente; nenhuma janela se abre para o Norte. Essas três janelas são cobertas por uma rede de arame. "Elas representam, diz Plantageneta, as três portas do Templo de Salomão, e essa evocação, se considerarmos isoladamente a Oficina Maçônica, poderia parecer, no mínimo, paradoxal. Mas não é nada disso. A rede que protege essas aberturas lembra que o trabalho dos operários é subtraído à curiosidade do profano, cujo olhar não sabe penetrar no Templo; mas sublinha que, se o olhar do Maçom não for detido pelo mesmo obstáculo, suas perspectivas são essencialmente diferentes. Com efeito, ele não pode olhar materialmente a vã agitação da rua, pois ao seu redor tudo está fechado, mas nem por isso, espiritualmente, ele deve determinar o movimento do mundo sensível encarado do ponto de vista em que ele se encontra". “A Loja do Aprendiz não recebe nenhuma luz do exterior”, escreve Wirth, que acrescenta: "Ela lembra, por esse detalhe, as criptas subterrâneas cavadas no flanco das montanhas, os hipogeus do Egito ou da Índia, o antro de Trofônio, etc. A Loja do Companheiro, em contrapartida, está em comunicação com o mundo exterior graças às três janelas...”. Pelo que pudemos constatar, os antigos rituais maçônicos fazem menção de três janelas no grau de Aprendiz. Na Bíblia se diz (I Livro dos Reis, VI, 4): "O rei fez na casa (no Templo) janelas com grades fixas". Ignora-se tudo a respeito do número dessas janelas e de sua disposição. Sabe-se, apenas, com certeza, que o Templo se abria de leste para oeste, como na maioria de nossas igrejas catedrais; desse modo, o Templo era iluminado pelo Sol ao nascer. A orientação geral era a mesma que a das igrejas, isto é, a construção estava orientada, em seu comprimento, no sentido Leste-Oeste, mas o Sol é que ia ao encontro do Santo dos Santos. Os Maçons construtores sempre orientaram os Templos com a entrada para o Ocidente e de modo que as três janelas do "Quadro" sigam a marcha do Sol. Não existe janela ao Norte, porque o Sol não passa por aí. As janelas são protegidas por redes não para impedir que os profanos olhem para o interior do Templo — pois se o Templo fosse iluminado interiormente, uma simples rede de metal não seria suficiente para impedir que se visse o que acontecia dentro deles — mas simplesmente para impedir o acesso ao Templo. O Templo fica isolado do mundo profano e o Maçom não deve sofrer nenhuma tentação para se tornar espectador do mesmo. Pelo contrário, é preciso que, ao sair do Templo, depois de ali ter haurido novas forças, o Maçom volte a ser um agente no meio à multidão anônima e aí distribua a Sabedoria, a Força e a Benignidade que adquiriu no Templo. A janela do Oriente traz a doçura da aurora, sua renovação de atividade; a do Meio-Dia, a força e o calor; a do Ocidente dá uma luz que, à medida que se torna mais fraca, convida ao repouso. O Norte, escuro, como não recebe nenhuma luz, não precisa de janela. Os trabalhos dos Maçons começam, simbolicamente, ao Meio-Dia e terminam à Meia-Noite. Começam ao Meio-Dia, quando o Sol brilha com toda a sua força no Templo. Os Aprendizes são colocados ao Norte porque têm necessidade de serem esclarecidos; eles recebem assim toda a luz da janela do Meio-Dia. Os Companheiros, colocados ao Meio-Dia, precisam de menos luz, e a sombra provocada pela parede do Templo ilumina-os suficientemente. Na mesma ordem de ideias, notar-se-á que o Venerável e seus assessores recebem de frente apenas a luz do crepúsculo. Em contrapartida, os Vigilantes são alertados desde a aurora pela luz que os atinge em cheio.

Fonte: http://focoartereal.blogspot.com.br/2012/06/as-tres-janelas.html


JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69 – GLEPA - Grande Loja do Estado do Pará.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MAÇONARIA & ISLAMISMO

A relação entre Islamismo e Maçonaria sempre foi tema obscuro, delicado, polêmico, e por isso evitado por muitos autores. Quando das raras vezes abordado, os autores se restringem em citar Lojas e Obediências que existiram e existem nos países árabes e, de modo geral, param por aí. Uma postura um tanto quanto incoerente se observarmos os objetivos maçônicos da livre pesquisa da verdade, da busca pela justiça e do combate à ignorância, a intolerância e o fanatismo.
O objetivo aqui é tentar apresentar algo diferente do que “mais do mesmo”, fornecendo informação válida e de forma neutra sobre o assunto e abordando as questões que realmente importam.
Após o triste dia de 11/09/01, muito se tem falado sobre o Islamismo, o qual teve sua imagem de certa forma manchada no mundo ocidental com o marcante incidente. Apesar dos esforços das autoridades, uma onda de intolerância e preconceito, reforçada pela ignorância, tem caído sobre o Islã e seus adeptos no Ocidente desde então.
Por isso, faz-se necessário esclarecer alguns pontos:
O Islamismo não é uma religião radical. É apenas uma religião como as demais que, por ter mais de 1,5 bilhão de adeptos, possui algumas vertentes baseadas em diferentes interpretações de diferentes passagens de seu livro sagrado, sendo que apenas uma minoria dessas é radical. O mesmo ocorre no Cristianismo, que também possui suas vertentes minoritárias radicais, fanáticas, baseadas em diferentes interpretações de suas sagradas escrituras. Não é toda mulher muçulmana que usa burca ou véu, assim como não é toda mulher cristã que tem cabelo até o joelho e saia até o calcanhar.
Por isso, não se pode julgar 1,5 bilhão de pessoas presentes em dezenas de países com base em grupos terroristas que agem por si próprios e sem a concordância de qualquer país ou mesmo de autoridades religiosas. E no que se refere a autoridade religiosa, o Islamismo não possui uma hierarquia com autoridade constituída, não existindo um “Papa” ou algo do gênero. Por esse motivo, dizer que existe uma postura oficial do Islamismo sobre determinado assunto seria, no mínimo, imprudente.
Compreendido tais questões, vejamos o Islamismo perante a Maçonaria:

Como já esclarecido, não existe uma autoridade que fale em nome da religião muçulmana. Assim sendo, é impossível que o Islamismo seja oficialmente a favor ou contra a Maçonaria. Diferente disso, outras Igrejas já se declararam oficialmente contrárias à Maçonaria, como a Igreja Católica e algumas outras Igrejas Cristãs de menor porte. Mesmo assim, isso não impediu que muitos dos fiéis dessas, sendo homens livres e de bons costumes, ingressassem na Ordem Maçônica nos últimos séculos.
Alguns maçons podem pensar que a Maçonaria talvez seja incompatível com a fé islâmica por conta de sua simbologia.
Afinal de contas, muito da Maçonaria está relacionado ao Templo de Salomão, e em muitos graus de muitos ritos vê-se símbolos como letras em hebraico, cruzes, etc. Deve-se ter em mente que existem dezenas e dezenas de ritos maçônicos, sendo que alguns têm maior influência de uma ou outra religião, cultura ou época. Assim, temos ritos maçônicos com influências católicas, protestantes, judaicas, iluministas, egípcias, muçulmanas, cavaleirescas, nacionalistas, etc.

Ainda nesse sentido, observa-se que a Maçonaria é Ordem voltada a homens livres, e essa liberdade também se refere às amarras da intolerância. Um exemplo claro é que muitos dos ritos maçônicos fazem referência a “São João”, ou aos “Santos de nome João”, enquanto que grande parte de seus adeptos são protestantes. Isso ocorre porque o maçom é homem racional, e compreende que a citação de “São João” não é questão dogmática, e sim referência histórica aos Solstícios.
Já Salomão e a construção de seu templo, tão presentes na Maçonaria, ao contrário do que muitos possam presumir, não se encontram apenas na cultura e religião judaica. Esse importante personagem e evento também estão descritos no Alcorão. Para os maometanos, Salomão era um rei dotado por Deus de toda a prudência e sabedoria, um grande profeta como todos os descendentes de Davi estariam predestinados a ser. E sua importância era tamanha que Deus ordenou que os homens e “gênios” obedecessem a suas ordens e trabalhassem na construção de seu templo e palácio.
Gênios? Que gênios?
Esse é um ponto tão interessante que mereceu esse destaque. Os gênios estão presentes na cultura árabe desde tempos imemoriais. Seriam seres criados por Deus, invisíveis, mas que possuem a habilidade de se materializarem entre os homens e realizarem feitos notáveis. Não são anjos, pois possuem o livre-arbítrio e podem ser castigados ou mesmo aprisionados. Dessas crenças surgiu o famoso “gênio da lâmpada”, tão explorado em contos infantis. Esses gênios teriam, sob as ordens de Salomão, auxiliado os homens na construção de seu templo.

As duas faces da moeda

Templários - Rito de York
A questão religiosa está presente na Maçonaria desde seu início e, apesar de não ser discutida nas Lojas, está mais em voga do que nunca. Prova disso é que, nos últimos anos, os Nobres Shriners, instituição maçônica fundada no século XIX com temática e simbologia árabe, vem discutindo sobre a redução dessa influência árabe na instituição. Em contrapartida, as históricas críticas à Ordem dos Cavaleiros Templários, último degrau do Rito de York e restrito aos maçons que professam a fé cristã, continuam mais presentes do que nunca. Qual seria o caminho ideal: a busca pela universalidade ou a promoção das diferenças?
 A Maçonaria está para o muçulmano assim como está para o cristão: dependente da ausência de intolerância e fanatismo por parte do fiel, e da ausência de ignorância por parte dos demais integrantes.
A durabilidade e sucesso da Maçonaria sempre se deveu ao fato de sua união ser baseada nos pontos comuns e sua riqueza nos pontos diferentes. Enquanto os diversos Ritos, Ordens internas e Corpos aliados proporcionam ao maçom participar daquilo com que se identifica cujos valores compartilha, todos os membros dessas instituições se sentem integrantes de uma única família, e constroem a fraternidade sobre os landmarks que tornam a todos iguais: a crença num Ser Supremo e na imortalidade da alma.
O Dr. SM Ghazanfar, professor emérito da Universidade de Idaho, escreveu em um de seus artigos que “alienantes por aqueles que são diferentes, nós acabamos nos afastando e diminuindo nossa própria humanidade”. Que a Maçonaria, essa Sublime Ordem cuja finalidade é a felicidade da humanidade, saiba renovar seu compromisso de unir os diferentes pelo que eles têm em comum.

JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69 – Cad. 10.726 GLEPA


terça-feira, 16 de setembro de 2014

MAÇONARIA E O APRENDIZ MAÇOM

I         -         A PEDRA BRUTA
À direita e à esquerda do “Quadro do Aprendiz” figuram uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica. Se certos símbolos maçônicos provocaram poucos comentários, a Pedra bruta e a Pedra cúbica não estão nesse caso. Aqui as dissertações abundam e os cursos de moral se inflam, transformando-se em rios. A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar por corrigir. A Pedra bruta, com efeito, pode ser considerada como o símbolo da Liberdade, e a Pedra talhada como o símbolo da Escravidão. Vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir Luz. Uma Loja, justa e perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma “pedra bruta”, com a qual se identificará. E a Pedra talhada, terminada, composta de todos os preconceitos, de todas as paixões, de toda intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão de uma verdade inexpugnável e única, fazem do homem o escravo de seu meio. Sim, o Aprendiz, pela Iniciação maçônica, que é um novo nascimento, reencontra o estado da natureza; ele se liberta de tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. (No hermetismo, a pedra bruta simboliza a primeira matéria, a “matéria-prima” que servirá para a elaboração da “Pedra Filosofal”. – Hermetismo – Doutrina esotérica que tira o seu nome de Hermes Trismegisto e que os primitivos gregos teriam ensinado aos iniciados). Ele reencontra a “Liberdade de Pensamento”, e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único. Na Maçonaria, contrariamente ao que ocorre na maioria dos outros agrupamentos humanos, cada Irmão conserva sua inteira liberdade; ele não pode nem deve receber nenhuma palavra de ordem suscetível de influenciar seus atos.
II        -         TRATAMENTO FRATERNO
O tratamento fraterno de “irmão” é geralmente adotado pelos Maçons. Eventualmente se emprega o “você” (tratamento íntimo entre iguais). O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e também entre os irmãos. Tratar como “irmão” garante a igualdade de todos e permite o nascimento de um verdadeiro sentimento de união. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como Franco-Maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os seus irmãos. Se ela se mostra indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamado de irmão ou você dá provas de uma vaidade deveras deslocada em nosso meio. Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.
III       -         AS COLUNAS DO TEMPLO
Profanamente dir-se-ia que coluna é um elemento de sustentação de uma construção. É um elemento importante da obra, pois que possibilita suportar ou equilibrar o peso de uma construção. Na obra pode também ter a função decorativa. Na regra geral significa apoio, sustentação, robustez. A coluna arquitetônica tem sua origem na Grécia Antiga. De outra forma podemos definir coluna como sendo o elemento arquitetônico destinado a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura (arco, arquitrave, abóbada) transmitindo-as à fundação. Embora tenha a mesma função de um pilar, este é geralmente mais robusto e de secção quadrada. A coluna tem normalmente forma cilíndrica, podendo também ser poligonal.
A coluna costuma ser caracterizada por uma estrutura mais esbelta e esguia, em prumo, o que lhe acarreta um significado histórico, decorativo e simbólico mais acentuado. Os materiais de construção podem variar entre a pedra, alvenaria, madeira, metal ou mesmo tijolo atingindo-se uma grande variedade formal e decorativa que se pode observar desde a antiguidade. A arquitetura moderna admite cinco ordens de colunas. Os antigos só tinham três: dórica, jônica e coríntia. A coluna dórica tem as proporções da força e da beleza do corpo do homem; a jônica tem a graça da mulher, sendo mais esbelta porque é um pouco mais alta; a coríntia tem as proporções mais delicadas e lembra uma donzela. Na Maçonaria o termo coluna é utilizado para designar o conjunto de obreiros de uma Loja. Em sentido figurado, significa os recursos físicos, financeiros, morais e humanos que mantém uma instituição maçônica em pleno funcionamento. Em maçonaria a palavra coluna possui derivações variadas, sendo as principais: Coluna JÔNICA: Ela simboliza a coluna da sabedoria personificada pelo Venerável. Simboliza também o Oriente e os Mestres. Fica localizada no oriente sobre a prancheta do Venerável. A coluna Jônica representa os Mestres de uma loja. Coluna DÓRICA: Simboliza a coluna da força e se personifica no 1º Vigilante. É a coluna que representa os Irmãos Aprendizes. É localizada sobre a mesa do 1º vigilante. Coluna CORÍNTIA: Simboliza a coluna da beleza. Personifica-se no 2º vigilante. É a coluna que representa os Irmãos Companheiros. Em loja fica localizada sobre a mesa do 2º vigilante. No templo podemos visualizar as seguintes colunas: Coluna B: - (coluna do Norte) É uma das colunas que guarnecia a entrada do templo de Salomão. Na expressão hebraica "booz", representando força. Simbolicamente é o local onde os Irmãos Aprendizes recebem seu salário, isto é, o centro de irradiação dos mistérios do grau, ou seja, é sob o abrigo desta coluna que os aprendizes recebem as instruções necessárias e aprendem a polir a pedra bruta. Em Loja, a coluna fica localizada no ocidente ao norte. A coluna é dirigida pelo 1º vigilante. Coluna J: (coluna do Sul) Também é uma das colunas que guarnecia a entrada do templo de Salomão. Significa segundo texto bíblico: Jeová se estabelecerá. As colunas B e J são também denominadas de colunas de Entrada. São as colunas que fortalecem a porta do templo. São encimadas por romãs entreabertas, ou por dois globos: um representando a terra e outro representando a esfera celeste, fazendo representar que a maçonaria é universal. As colunas B e J são também conhecidas por colunas solsticiais. São assim denominadas porque a coluna J situa-se ao sul e marca o solstício de verão e a coluna B, ao norte, o solstício do inverno. Na Maçonaria ouviremos ainda os seguintes termos, dentre outros: Coluna da Harmonia: Ela representa o conjunto de obreiros que concorrem para o brilhantismo dos rituais e festejos maçônicos. Coluna Gravada: Por coluna gravada entende-se toda proposição escrita e encaminhada ao Venerável e recolhidas pelo Irmão Mestre de cerimônia, por intermédio da bolsa de propostas e informações. Coluna Zodiacal: É a denominação dada ao conjunto de doze colunas, sendo seis situadas próximas a parede do norte e seis próximas à do sul. Em princípio, são as colunas que dão sustentação a abóbada do templo. Cada uma leva um emblema indicativo de uma constelação do zodíaco. Simbolicamente sustenta a calota celeste e representa cada uma um mês do ano maçônico. 
IV       -         CONCLUSÃO
Após sua iniciação, todo maçom deve construir simbolicamente colunas para ajudar na sustentação de seu templo maçônico e também do universal. Uma das características encontradas em quem realiza obras é a capacidade de visualizar suas fraquezas e esforço de eliminá-las. O Iniciado ao perceber a sua própria vulnerabilidade não deve se sentir rebaixado ou incompetente. Pelo contrário: luta e contribui com decisão na obtenção de bons resultados, tanto para ele quanto para o meio em que vive, refletindo diretamente no seu ambiente de trabalho. Cabe ao maçom o dever de ser coluna junto a sua família, no seu trabalho e especialmente junto à sociedade, dando exemplo de honestidade, de tolerância, de bom senso, de prática da justiça, de fé e união. O Iniciado precisa ser persistente em seus sonhos, manter o entusiasmo e firmar em si uma crença pessoal absoluta, visto que lhes é ensinado a confiar em suas habilidades, a polir a pedra bruta para fazer as situações acontecerem e perceber que são as suas ações que sustentam, além da família, toda uma coletividade. Ele aprende a interpretar aquilo que simbolicamente representam as colunas maçônicas atuando não apenas num trabalho isolado, mas sim, com o envolvimento de outros irmãos, com muito trabalho, esforço incessante, firmeza de propósitos, competência e planejamento. O maçom precisa construir no ambiente em que vive e junto à sociedade, colunas Dóricas (fortes) seguidas de colunas Coríntias (da beleza) e por fim de colunas Jônicas (da sabedoria), para possibilitar a construção de uma sociedade que lute com coragem pela igualdade, fraternidade e justiça social, bem como, livre de toda e qualquer opressão. O Iniciado necessita fortalecer seu caráter utilizando-se dos bons exemplos, das instruções recebidas dos irmãos, praticando boas atitudes, enfim, polindo a pedra bruta para que a mesma tenha lugar certo na construção da coluna que sustentará também seu templo individual. Coloquemos o Grande Arquiteto do Universo em nossas vidas, em nossas Lojas e não apenas em nossas palavras. Não recusemos a prece e o estudo. Pratiquemos todo o bem de que sejamos capazes. É preciso dedicação e estudo. Conhecimento e exercício. Sem exercitarmos o que parece termos aprendido jamais aprenderemos. Somos igualmente iniciados para construir o Reino do Grande Arquiteto do Universo, a principiar de nós mesmos. Trabalhemos por mais luz no nosso próprio caminho.

JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69


terça-feira, 9 de setembro de 2014

VIVA A INDEPENDÊNCIA MORAL DO BRASIL

É fato histórico que a Ordem Maçônica em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil. Nós, maçons, devemos sempre prestar homenagens aos nossos irmãos responsáveis pelas ideias e ideais que lançaram os raios da Luz da Verdade por sobre nossa Nação, elevando nosso País à qualidade soberano perante as demais nações do globo terrestre. Existe entre nós um laço sagrado, um sentimento da união fraternal. Este sentimento nos move e nos une a cada Reunião que realizamos e nos faz permanecer uníssono num só sentimento de fraternidade, verdadeiro imorredouro abraço. Homens de bons propósitos, perseguindo incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito a espiritualidade e a crença no que é bom e no que é justo. Pregamos o dever e o trabalho. Dedicamo-nos à família acima de tudo, célula mater da sociedade e, por conseguinte, da nossa pátria e da humanidade. Dedicamo-nos ao bem estar da sociedade, pois temos por finalidade precípua ver feliz a humanidade: pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pela solidariedade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um. Somos incansáveis na defesa da pátria. Rendemos culto a Deus, a quem chamamos, em respeito a todas as religiões, de Grande Arquiteto do Universo. Em todo o mundo as sociedades maçônicas sempre se organizaram para beneficiar sua nação e seu povo e no Brasil não poderia ser diferente. No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na independência política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes. Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Potência, com jurisdição nacional, exatamente com a incumbência do levar a cabo o processo de emancipação do país. Nessa época, funcionava no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica “Comércio e Artes”, da qual eram membros vários homens ilustres da corte como o Cônego Januário da Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira entre outros. O Brigadeiro Domingos Alves Branco Muniz Barreto, em uma Sessão da Loja “Comércio e Artes”, propôs que se conferisse ao Príncipe D. Pedro I, o título de “Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil”. D. Pedro aceitou o título, propondo apenas a supressão do termo “Protetor”. Os maçons, habilmente, arquitetaram o desenrolar do 7 de setembro de 1822, lançando a ideia da convocação de uma Constituinte. Gonçalves Ledo e Januário Barbosa redigiram o projeto e, no dia 3 de junho, foi publicado o Decreto convocando a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa. A proposta de admissão do Príncipe na Ordem, a 13 de julho de 1822, foi aprovada e a 2 de agosto, D. Pedro era iniciado na Loja “Comércio e Artes”, recebendo o nome de “Guatimozim”. Na tarde de 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, D. Pedro atendeu às recomendações da Maçonaria e o grito, “Independência ou Morte” segundo Adelino de Figueiredo Lima, era a denominação de uma das “palestras” da sociedade secreta “Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz”, fundada por José Bonifácio. Hoje a nossa luta não é mais pela independência da nossa Nação. Hoje, estamos unidos na defesa intransigente da ética e da moral, propugnando sempre pelo engrandecimento moral de nosso País. Estamos sempre envolvidos em movimentos que priorizem, notadamente, as políticas em prol da educação, do combate ao uso de drogas, na proteção ao meio ambiente através de políticas que garantam a sua preservação, a qualidade de vida da população e ao mesmo tempo possibilite o desenvolvimento sustentável, que garantam a liberdade de imprensa, como alicerce do Estado democrático de direito, o exercício do voto consciente, afastando do cenário político candidatos não comprometidos com o decoro necessário ao desempenho da função pública, enfim onde houver uma causa justa a Maçonaria se fará presente. Estamos sempre buscando estabelecer parcerias com o Governo e com a sociedade organizada para o atingimento de nossos objetivos. Nós, maçons, estaremos sempre prontos a servir ao nosso Brasil na luta contra toda forma de desigualdade e injustiça. Seremos guerreiros destemidos e incansáveis contra nefasta propagação do germe da corrupção no território pátrio, como se fosse epidemia, contaminando e destruindo os princípios morais e básicos da civilidade, afetando a todos, inclusive comprometendo as futuras gerações. Se o Grande Arquiteto do Universo nos permitir, poderemos bradar em alto e bom tom: VIVA A INDEPENDÊNCIA MORAL DO BRASIL. Sabemos quem somos e para onde vamos!

Juscelino Moraes do Amaral
Grão Mestre da Glomaron (Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia)

Fonte: http://www.gentedeopiniao.com/lerConteudo.php?news=84746

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A condição para ingressar na Maçonaria

A seleção do candidato obedece a alguns requisitos, devendo ser uma pessoa que faz parte da sociedade, simples, honesta, crendo em Deus e numa vida futura e que tenha inclinação para o “agrupamento” e com recursos financeiros para atender os compromissos da Instituição. No entanto, existem mais duas condições essenciais: “ser livre e de bons costumes”. Hoje, pelo menos entre nós, o conceito de liberdade passa a ser simples, e o de bons costumes, diz respeito a um comportamento normal. Contudo, essa “simplicidade”, apresenta aspectos relevantes que para o Maçom, são essenciais. No passado, e não muito distante, o escravo não podia fazer parte da Ordem Maçônica e, por esse motivo, o conceito de “liberdade” revestia-se de simplicidade: bastava não ser escravo. Abolida a escravidão, esse conceito simples foi revisto, surgindo, então a parte esotérica. A escravidão trouxe sequelas amargas e mesmo depois da abolição da escravatura, no Brasil, o antigo escravo, agora livre, continuava “negro” e marginalizado, sujeito ao mais odioso preconceito; e fazendo parte desse preconceito, o negro não era recebido na Maçonaria. Nas últimas décadas, no Brasil, esse preconceito foi superado; hoje, os homens de “cor” têm ingresso na Ordem e fazem parte da Arte Real; lamentavelmente, nos Estados Unidos da América do Norte, a Maçonaria negra é uma Instituição à parte; não há confraternização e cada “cor” tem as suas Lojas exclusivas e os seus Corpos Filosóficos “fechados”; apenas são toleradas as “visitas” chegadas de outros países. Assim, não podemos entender que a “liberdade” possa ser, exclusivamente, o direito de alguém ser livre, um cidadão com as mesmas garantias constitucionais dos demais. No Brasil, todos os cidadãos são livres. Em consequência, a “condição” do candidato de ser “livre” já não desperta qualquer interesse. É evidente que o conceito de liberdade é muito mais amplo que o direito de ir e vir. Da mesma forma, ser de “bons costumes” não significa o comportamento dentro de certos padrões ordenados pela sociedade. O “bom costume”, prima facie, se entenderia como aquele que demonstra “bom comportamento social”, porque pretende ingressar em uma Instituição Fraternal, como é a Maçonaria. “Bom costume” e “moral”, aqui, seriam sinônimos. Portanto, a condição de um “profano” ser considerado “livre e de bons costumes” não reflete o sentido lato da frase. Logo, cumpre encontrarmos a definição mais ampla, mais vertical e mais esotérica. Ser “livre” é possuir a faculdade, e também o dom, de sentir-se liberto, com uma amplitude universal. Nós, quando permanecemos na horizontalidade profana, sufocamos o “instinto” de liberdade. O “ser livre” Não é privilégio algum; apenas, o anseio de buscarmos o “primeiro passo” do caminho. Ser livre não significa romper as cadeias da tradição, do sistema social, da conjuntura familiar; ser livre significa trilhar um caminho de satisfações puras, sadias, que possa conduzir a uma meta realista: a felicidade. Ninguém poderá considerar-se livre, se infeliz. A liberdade dá tranquilidade e paz de espírito. Liberdade não é acomodação. Não se pode confundir as coisas. “Ser livre”, no conceito maçônico, é possuir o pensamento flutuante, pronto a aceitar o que é bom e satisfatório, sem depender até de uma análise profunda. O pensamento livre, rápido e instantâneo. A filosofia maçônica é a plenitude de uma vivência correta e feliz, mas de difícil alcance, porque os seus adeptos não vêm sendo selecionados com rigor; já não são convidados os homens “livres”, mas o são somente aqueles que têm uma conduta normal. É a horizontalidade da liberdade, quando há necessidade de uma liberdade vertical. “Ser livre” é a possibilidade de dispor de ânimo para receber o Irmão Maçom, com fraternidade. Pelo menos, com o primeiro impulso de concordância. O retoque para a conquista plena será dado posteriormente; através do convívio salutar, da experiência e do cultivo. A fraternidade é algo que deve ser conquistado; ninguém poderá impor a alguém, que ame a seu Irmão de ideal! Seria atentar contra o conceito de liberdade que a Maçonaria proclama. Essa proclamação não constitui o “sigilo maçônico”, porque quando o proponente contata o proposto, lhe fará a pergunta: “Sois livre e de bons costumes?”. Não basta a simples resposta afirmativa, porque os conceitos usuais sobre a liberdade e moral são muito acanhados e primários. Compete ao proponente pesquisar sobre essas condições, as quais, poderíamos dizer, seriam inatas do candidato. Ninguém, isoladamente e de forma individual, poderá “formar” um candidato e adaptá-lo às exigências maçônicas. Um candidato visado poderá ser instruído a ponto de se tornar apto ao ingresso na Ordem Maçônica. A Maçonaria precisa encontrar para propor, alguém que seja “livre e de bons costumes”, porque será um “predestinado”. É por este motivo que os Maçons são em número limitado; uma Instituição milenar tem poucos “prosélitos”, justamente porque é muito difícil encontrar um candidato “ideal”. Felizmente a humanidade não é tão dissoluta a ponto de não possuir elementos aceitáveis para a Maçonaria. Podemos adiantar que são milhões de homens dignos, mas a grande dificuldade é que nós não os encontramos e às vezes, estão ao nosso lado e dentro de nossa própria família. Aqui deveria funcionar a “terceira visão”. Logo, um proponente deve estar apto a “enxergar” no candidato em potencial, o elemento justo e perfeito para vir a ser mais um Irmão. Seria muito penoso respondermos a provável pergunta: e os maus Maçons? Realmente, por não ter havido uma seleção correta; existem os maus Maçons; talvez não devêssemos exagerar e nos expressar melhor: existem dentro das Lojas Maçônicas elementos que não eram ao serem propostos, “livres e de bons costumes”, e que se tomaram “pomo de discórdia”, mas, nada podemos fazer, senão usar de melhor arma que a Maçonaria nos proporciona, para com esses, a tolerância! A esperança de que, algum dia, possam ser instruídos e que se ajustem, o que seria, para a Instituição, um beneficio, mas para esses elementos, uma grande conquista! Para que alguém se possa considerar “livre” ou que os outros o possam assim admitir, faz-se necessário o toque espiritual. A aproximação de Deus - pois para o profano, a expressão da espiritualidade é Deus, enquanto para o Maçom é o Grande Arquiteto do Universo, quem busca a Deus o fará por desejo, por impulso ou por necessidade, mas será sempre a Grande Busca. Aqui não entra qualquer conceito de religião; apenas o comportamento natural entre o homem e o seu Criador. O conceito pleno de liberdade admite certa dose de misticismo. “Ser livre”, portanto, passa a constituir um “dom espiritual”, que pode ser inato ou cultivado. Se alguém se aproximar a um Maçom e lhe disser que deseja ingressar na Ordem Maçônica e como resposta ficar ciente de que a condição primeira será a de ser “livre e de bons costumes” e, em não o sendo, busque a maneira de conquistar a “liberdade”, poderá perfeitamente, despir-se de todos os entraves e aperfeiçoar-se para se “sentir livre”, dentro dos conceitos acima expendidos e, assim, habilitar-se ao ingresso na Instituição Maçônica. De forma que, o homem pode se “reconstruir” num trabalho de autorrealização! Excluído o ingresso na Maçonaria, o “ser livre” gratifica o homem, porque se tornará receptivo a compreensão do mistério da Vida e da Morte, princípio e fim da existência humana e princípio da existência espiritual. Dentro da Sociedade moderna é permanente a reunião desses “homens livres”, esperança derradeira para o mundo melhor que todos querem e de que a humanidade necessita. O homem que realmente é “livre” não alardeia essa condição privilegiada; mas como a luz não pode se esconder, muitos podem perceber essa condição e, evidentemente, haverá uma aproximação instintiva, no caso da pessoa tomar a iniciativa, que constituirá parte da “busca”. A parte profundamente mística reside no fato de que o Maçom é um “pedreiro livre” – free mason - sua tarefa precípua é “construir”, “em si”, o próprio Templo. Templo que tem uma destinação: o culto à Divindade; o aperfeiçoamento da parcela isolada para a construção da “Grande Catedral”, que é a humanidade e o conhecimento do “para onde iremos”, ou seja, a Vida Futura. Esse ponto básico, nada mais é que a “viabilidade desse “encontro”; a busca nem sempre é definida e muito menos definitiva. A “Grande Busca” será sempre a compreensão de que pode haver uma fusão entre criatura e Criador. Geralmente, o Maçom não é religioso no sentido de ser um praticante; em face disso, para satisfazer o anseio de sua alma, está constantemente buscando encontrar a tranquilidade que sua esposa demonstra, quando retoma de sua missa ou culto. Essa ansiedade nos vem do “bom costume” que trazemos do mundo profano, porque é comum a todos. Ser “livre e de bons costumes” não são duas atitudes separadas, mas uma complementação inseparável; ninguém poderá ser livre se não tiver bons costumes e ninguém terá bons costumes se não for livre. Portanto, a condição para um profano ser proposto para a Iniciação Maçônica há de ser o acima exposto, através de uma análise séria e completa, sem vacilações ou protecionismos, porque o ingresso de um só elemento desajustado põe em risco toda a Instituição.

Fonte: Aprendizado maçônico – Da Camino, Rizzardo.

JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU Nº. 69