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terça-feira, 16 de setembro de 2014

MAÇONARIA E O APRENDIZ MAÇOM

I         -         A PEDRA BRUTA
À direita e à esquerda do “Quadro do Aprendiz” figuram uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica. Se certos símbolos maçônicos provocaram poucos comentários, a Pedra bruta e a Pedra cúbica não estão nesse caso. Aqui as dissertações abundam e os cursos de moral se inflam, transformando-se em rios. A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar por corrigir. A Pedra bruta, com efeito, pode ser considerada como o símbolo da Liberdade, e a Pedra talhada como o símbolo da Escravidão. Vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir Luz. Uma Loja, justa e perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma “pedra bruta”, com a qual se identificará. E a Pedra talhada, terminada, composta de todos os preconceitos, de todas as paixões, de toda intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão de uma verdade inexpugnável e única, fazem do homem o escravo de seu meio. Sim, o Aprendiz, pela Iniciação maçônica, que é um novo nascimento, reencontra o estado da natureza; ele se liberta de tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. (No hermetismo, a pedra bruta simboliza a primeira matéria, a “matéria-prima” que servirá para a elaboração da “Pedra Filosofal”. – Hermetismo – Doutrina esotérica que tira o seu nome de Hermes Trismegisto e que os primitivos gregos teriam ensinado aos iniciados). Ele reencontra a “Liberdade de Pensamento”, e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único. Na Maçonaria, contrariamente ao que ocorre na maioria dos outros agrupamentos humanos, cada Irmão conserva sua inteira liberdade; ele não pode nem deve receber nenhuma palavra de ordem suscetível de influenciar seus atos.
II        -         TRATAMENTO FRATERNO
O tratamento fraterno de “irmão” é geralmente adotado pelos Maçons. Eventualmente se emprega o “você” (tratamento íntimo entre iguais). O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e também entre os irmãos. Tratar como “irmão” garante a igualdade de todos e permite o nascimento de um verdadeiro sentimento de união. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como Franco-Maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os seus irmãos. Se ela se mostra indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamado de irmão ou você dá provas de uma vaidade deveras deslocada em nosso meio. Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.
III       -         AS COLUNAS DO TEMPLO
Profanamente dir-se-ia que coluna é um elemento de sustentação de uma construção. É um elemento importante da obra, pois que possibilita suportar ou equilibrar o peso de uma construção. Na obra pode também ter a função decorativa. Na regra geral significa apoio, sustentação, robustez. A coluna arquitetônica tem sua origem na Grécia Antiga. De outra forma podemos definir coluna como sendo o elemento arquitetônico destinado a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura (arco, arquitrave, abóbada) transmitindo-as à fundação. Embora tenha a mesma função de um pilar, este é geralmente mais robusto e de secção quadrada. A coluna tem normalmente forma cilíndrica, podendo também ser poligonal.
A coluna costuma ser caracterizada por uma estrutura mais esbelta e esguia, em prumo, o que lhe acarreta um significado histórico, decorativo e simbólico mais acentuado. Os materiais de construção podem variar entre a pedra, alvenaria, madeira, metal ou mesmo tijolo atingindo-se uma grande variedade formal e decorativa que se pode observar desde a antiguidade. A arquitetura moderna admite cinco ordens de colunas. Os antigos só tinham três: dórica, jônica e coríntia. A coluna dórica tem as proporções da força e da beleza do corpo do homem; a jônica tem a graça da mulher, sendo mais esbelta porque é um pouco mais alta; a coríntia tem as proporções mais delicadas e lembra uma donzela. Na Maçonaria o termo coluna é utilizado para designar o conjunto de obreiros de uma Loja. Em sentido figurado, significa os recursos físicos, financeiros, morais e humanos que mantém uma instituição maçônica em pleno funcionamento. Em maçonaria a palavra coluna possui derivações variadas, sendo as principais: Coluna JÔNICA: Ela simboliza a coluna da sabedoria personificada pelo Venerável. Simboliza também o Oriente e os Mestres. Fica localizada no oriente sobre a prancheta do Venerável. A coluna Jônica representa os Mestres de uma loja. Coluna DÓRICA: Simboliza a coluna da força e se personifica no 1º Vigilante. É a coluna que representa os Irmãos Aprendizes. É localizada sobre a mesa do 1º vigilante. Coluna CORÍNTIA: Simboliza a coluna da beleza. Personifica-se no 2º vigilante. É a coluna que representa os Irmãos Companheiros. Em loja fica localizada sobre a mesa do 2º vigilante. No templo podemos visualizar as seguintes colunas: Coluna B: - (coluna do Norte) É uma das colunas que guarnecia a entrada do templo de Salomão. Na expressão hebraica "booz", representando força. Simbolicamente é o local onde os Irmãos Aprendizes recebem seu salário, isto é, o centro de irradiação dos mistérios do grau, ou seja, é sob o abrigo desta coluna que os aprendizes recebem as instruções necessárias e aprendem a polir a pedra bruta. Em Loja, a coluna fica localizada no ocidente ao norte. A coluna é dirigida pelo 1º vigilante. Coluna J: (coluna do Sul) Também é uma das colunas que guarnecia a entrada do templo de Salomão. Significa segundo texto bíblico: Jeová se estabelecerá. As colunas B e J são também denominadas de colunas de Entrada. São as colunas que fortalecem a porta do templo. São encimadas por romãs entreabertas, ou por dois globos: um representando a terra e outro representando a esfera celeste, fazendo representar que a maçonaria é universal. As colunas B e J são também conhecidas por colunas solsticiais. São assim denominadas porque a coluna J situa-se ao sul e marca o solstício de verão e a coluna B, ao norte, o solstício do inverno. Na Maçonaria ouviremos ainda os seguintes termos, dentre outros: Coluna da Harmonia: Ela representa o conjunto de obreiros que concorrem para o brilhantismo dos rituais e festejos maçônicos. Coluna Gravada: Por coluna gravada entende-se toda proposição escrita e encaminhada ao Venerável e recolhidas pelo Irmão Mestre de cerimônia, por intermédio da bolsa de propostas e informações. Coluna Zodiacal: É a denominação dada ao conjunto de doze colunas, sendo seis situadas próximas a parede do norte e seis próximas à do sul. Em princípio, são as colunas que dão sustentação a abóbada do templo. Cada uma leva um emblema indicativo de uma constelação do zodíaco. Simbolicamente sustenta a calota celeste e representa cada uma um mês do ano maçônico. 
IV       -         CONCLUSÃO
Após sua iniciação, todo maçom deve construir simbolicamente colunas para ajudar na sustentação de seu templo maçônico e também do universal. Uma das características encontradas em quem realiza obras é a capacidade de visualizar suas fraquezas e esforço de eliminá-las. O Iniciado ao perceber a sua própria vulnerabilidade não deve se sentir rebaixado ou incompetente. Pelo contrário: luta e contribui com decisão na obtenção de bons resultados, tanto para ele quanto para o meio em que vive, refletindo diretamente no seu ambiente de trabalho. Cabe ao maçom o dever de ser coluna junto a sua família, no seu trabalho e especialmente junto à sociedade, dando exemplo de honestidade, de tolerância, de bom senso, de prática da justiça, de fé e união. O Iniciado precisa ser persistente em seus sonhos, manter o entusiasmo e firmar em si uma crença pessoal absoluta, visto que lhes é ensinado a confiar em suas habilidades, a polir a pedra bruta para fazer as situações acontecerem e perceber que são as suas ações que sustentam, além da família, toda uma coletividade. Ele aprende a interpretar aquilo que simbolicamente representam as colunas maçônicas atuando não apenas num trabalho isolado, mas sim, com o envolvimento de outros irmãos, com muito trabalho, esforço incessante, firmeza de propósitos, competência e planejamento. O maçom precisa construir no ambiente em que vive e junto à sociedade, colunas Dóricas (fortes) seguidas de colunas Coríntias (da beleza) e por fim de colunas Jônicas (da sabedoria), para possibilitar a construção de uma sociedade que lute com coragem pela igualdade, fraternidade e justiça social, bem como, livre de toda e qualquer opressão. O Iniciado necessita fortalecer seu caráter utilizando-se dos bons exemplos, das instruções recebidas dos irmãos, praticando boas atitudes, enfim, polindo a pedra bruta para que a mesma tenha lugar certo na construção da coluna que sustentará também seu templo individual. Coloquemos o Grande Arquiteto do Universo em nossas vidas, em nossas Lojas e não apenas em nossas palavras. Não recusemos a prece e o estudo. Pratiquemos todo o bem de que sejamos capazes. É preciso dedicação e estudo. Conhecimento e exercício. Sem exercitarmos o que parece termos aprendido jamais aprenderemos. Somos igualmente iniciados para construir o Reino do Grande Arquiteto do Universo, a principiar de nós mesmos. Trabalhemos por mais luz no nosso próprio caminho.

JOSÉ ARAGUAÇU – M.`. M.`. ARLS ESTRELA DO XINGU 69


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